×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Sete meses sem respostas: família de jovem morto em Travessão cobra justiça

Familiares e amigos se mobilizam para manter viva a memória do jovem e cobrar justiça

Polícia
Por Leonardo Pedrosa
28 de fevereiro de 2025 - 12h08
Amigos levaram faixa ao local do crime na última quinta (27). Foto: Josh

Nesta sexta-feira (28), completam-se sete meses da morte de Rhuan da Assunção Rocha, de 20 anos. O jovem foi baleado na cabeça enquanto realizava manobras de moto com amigos em Travessão, distrito de Campos. Após ser socorrido ao Hospital Ferreira Machado, ele não resistiu aos ferimentos. Desde então, nenhum suspeito foi preso, e a família ainda aguarda respostas claras sobre a autoria do disparo.

“Disseram que a reconstituição era essencial para o avanço do processo. Foi feita e, para a gente, ficou tudo muito claro, mas a Justiça alega que precisa de mais informações para chegar a um resultado. Isso foi em novembro. Depois veio o recesso, em dezembro, e, quando voltou, trocou o delegado, que disse que precisava de tempo para entender o processo. Até agora, estamos sem resposta. Por que tanta demora? Isso só traz mais angústia”, desabafa a mãe, Joelma Assunção.

Mãe Joelma Assunção (à direita)
Foto: Josh

Reconstrução e novas diligências

Um dos momentos cruciais da investigação foi a reprodução simulada do crime. Carlos Augusto Guimarães, delegado responsável pelo inquérito nos primeiros meses, confirmou ao J3 News que a simulação foi realizada com êxito e que o laudo apontou a possibilidade de o disparo ter se originado da direção da casa amarela na esquina.

O delegado atual da 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, Ronaldo Cavalcante, responsável pela investigação, admitiu que ainda não teve tempo de analisar completamente os autos do inquérito. Segundo Cavalcante, todas as pessoas que deveriam ser ouvidas já prestaram depoimento, e os investigadores trabalham para restringir o número de suspeitos.

“Como cheguei há pouco tempo ao procedimento e ainda não li inteiramente os autos, a reconstituição, se não foi feita, é algo plausível de ser realizado. É uma linha que a gente pode seguir, mas precisamos primeiro ter pelo menos um indício de autoria para que possamos rebater eventual álibi que a pessoa investigada traga consigo. A gente tem que identificar todas as pessoas que estiveram naquele momento, naquele horário, para que possamos diminuir o espectro de suspeitos. Através desses procedimentos, vamos conseguir enxugar esse número de pessoas para definir especificamente quem estaria ali naquele horário, naquele local”, acrescenta o delegado.

Delegado da 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, Ronaldo Cavalcante. Foto: Josh

Ainda segundo o delegado, uma medida cautelar foi solicitada à Justiça e o inquérito está avançando.

“O inquérito é uma investigação intrincada, porque foge um pouco da rotina dos homicídios que ocorrem aqui. Teve um desenrolar diferente. Agora, a gente está no aguardo da resposta da cautelar que foi pleiteada”, explica Cavalcante.

Saudade e indignação

Enquanto aguardam avanços na investigação, familiares e amigos se mobilizam para manter viva a memória do jovem e cobrar justiça. Rhuan mantinha uma estética automotiva em casa e ainda ajudava a mãe na padaria da família.

“Ele era um menino muito alegre, muito divertido, muito amoroso, e ele fazia o movimento aqui, não ficava silêncio. Era uma música ligada e ele trabalhava com alegria, de um jeito que só ele tinha”, completou a mãe.

Amiga, Cely da Cruz. Foto: Josh

Além da mãe, amigos também sofrem com a perda e a incerteza sobre o desfecho do caso. Cely da Cruz, amiga próxima de Rhuan, lembra dos momentos que viveu ao lado dele e lamenta a falta de esclarecimentos.

“Mesmo com pouco tempo de vida, ele deixou um grande legado de amor, e até hoje a gente não consegue entender. São sete meses e a gente precisa saber, tentar entender. Foi uma brutalidade o que aconteceu”, comentou.

A Polícia Civil reforça que qualquer informação pode ser repassada de forma anônima pelo disque-denúncia (22) 99209-324 e pelo WhatsApp (22) 99223-0966.