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“O objetivo dele era matar”, diz síndico de condomínio onde subsíndico foi assassinado

Antes de morrer, vítima avisou para síndico fugir

Geral
Por Thiago Gomes
27 de fevereiro de 2025 - 18h45

Luan Baritiello, síndico do condomínio Mais Ipê, localizado na Avenida Arthur Bernardes, em Campos, onde José Renato Costa de Queiroz assassinou o subsíndico Vinícius da Silva Azevedo, na madrugada de quarta-feira (27), disse que o objetivo do morador era matar.

“Ontem, no depoimento na delegacia, eu deixei claro que o objetivo do José Renato era matar. Não tinha nenhum outro objetivo, a não ser assassinar o Vinícius ou qualquer um que entrasse na frente dele. Mesmo que o motivo seja fútil, ele estava com o objetivo certo de matar, porque isso fica bem claro em todas as imagens, no momento em que eu apareço, ele tenta disparar contra mim, ele tenta duas vezes atirar contra mim. Eu não tinha visto essas imagens, eu só tive conhecimento da imagem completa ontem, quando apareço da imagem”, comenta.

O síndico detalha que encontrou com Vinícius já ferido e recebeu dele o aviso de que também poderia ser baleado. “O Vinícius, ele já desce, ferido, baleado, ele já chega para mim e fala: meu amigo, ele me deu um tiro, foge que ele vai matar nós dois, foge que ele vai matar a gente. E nesse momento, quando eu olho, José Renato já vem em nossa direção, tentando atirar na gente. Foi tudo muito rápido, tem muitos lances que eu ainda tô tentando lembrar, assimilar, mas foi mais ou menos nesse sentido”, lembra o síndico.

E completa: “A gente busca muito controlar quem está do lado de fora para não entrar em um lugar considerado seguro, para centenas de famílias que têm aqui dentro. A gente busca sempre colocar medidas para poder bloquear pessoas de fora de entrar no condomínio, mas a gente nunca pensa que, às vezes, o perigo já está aqui dentro”.

Prisão

(Foto: J3News)

José Renato Costa de Queiroz deixou a 134ª Delegacia de Polícia (Centro), no início da tarde desta quinta-feira (27) e foi transferido para a Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro (leia aqui). Em depoimento na delegacia, ele ficou em silêncio. Mas, na saída para ser encaminhado ao sistema prisional, o homem de 35 anos falou com a imprensa. O crime aconteceu no condomínio Mais Ipê, localizado na Avenida Arthur Bernardes.

Primeiro, ele disse não lembrar muito o que aconteceu e afirmou achar que estava sob efeito de drogas. Depois, declarou que foi se defender. Em seguida, se disse arrependido. Por fim, pediu perdão à família da vítima. “Não era para ter acontecido aquilo. Eu peço perdão à família (de Vinícius)”.

O atirador estava internado no Hospital Ferreira Machado (HFM) desde o dia do crime, com ferimentos feitos por pessoas que impediram sua fuga logo após atirar no subsíndico. Ele recebeu alta médica e, em seguida, foi encaminhado à DP.

Sepultamento

O corpo de Vinicius da Silva de Azevedo, de 36 anos, foi sepultado na manhã desta quinta-feira (27), no Cemitério Campos da Paz (leia aqui).

O velório foi acompanhado por parentes, amigos e conhecidos de Vinícius, além de moradores do condomínio. O clima era de indignação em relação à violência que vitimou Vinícius. Entre os presentes, era comum ouvir comentários de revolta sobre a causa da morte.

Sobre o caso

(Foto: Reprodução)

José Renato atirou em Vinícius após o subsíndico notificá-lo sobre um vazamento de água em sua unidade domiciliar. O morador reagiu de forma extrema e assassinou o subsíndico com seis tiros, alguns deles à queima-roupa. Com a vítima já caída ao chão e agonizando, o atirador ainda desferiu várias coronhadas.

José Renato, que foi autuado em flagrante delito pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, tem anotações criminais por lesão corporal e ameaça decorrentes de violência doméstica, importunação sexual contra uma vizinha do condomínio, coação no curso do processo, disparo de arma de fogo, posse ilegal de arma de fogo e furto tentado.