Os manguezais formam o ecossistema costeiro de grande relevância ambiental e desempenham função natural no combate às mudanças climáticas. Esse bioma possui uma capacidade de retenção de dióxido de carbono (CO2) superior à das florestas, contribuindo para a redução do aquecimento global. No Norte Fluminense, a presença desse ecossistema é expressiva, abrangendo municípios como São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Quissamã e Macaé. No entanto, sua conservação tem sido negligenciada, colocando em risco a biodiversidade regional.
A degradação dos manguezais na região tem avançado de forma alarmante, impulsionada pela ocupação desordenada, poluição e práticas econômicas predatórias, como a criação de gado e a expansão urbana. Pesquisas apontam que áreas como a foz do Rio Paraíba do Sul sofreram perdas significativas, resultando em impactos negativos sobre a pesca e no aumento da erosão costeira. Diante desse cenário, torna-se necessária a adoção de políticas públicas voltadas para a proteção e recuperação desse ecossistema.
Além do sequestro de carbono, os manguezais exercem outras funções ambientais, como a proteção contra inundações, a estabilização das margens dos rios e o suporte à biodiversidade marinha. Esses fatores justificam a necessidade de investimentos em programas de restauração, fiscalização e educação ambiental. Ações já iniciadas em alguns municípios da região, como mapeamento de áreas remanescentes e criação de unidades de conservação, representam avanços importantes, mas ainda insuficientes.
Dessa forma, é fundamental que o poder público, a comunidade científica e a sociedade civil unam esforços para promover a preservação desse ecossistema. O desenvolvimento sustentável do Norte Fluminense deve considerar a recuperação dos manguezais como uma prioridade, garantindo não apenas benefícios ecológicos, mas também socioeconômicos para as populações que dependem direta ou indiretamente desses ambientes.
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