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Cirurgia robótica: mais de 300 procedimentos no Beda e um futuro promissor

O oncologista e diretor clínico do Hospital, Diogo Neves, avalia o investimento em tecnologia e certificação de cirurgiões em Campos

Entrevista
Por Ocinei Trindade
25 de janeiro de 2025 - 13h12

Médico oncologista e diretor clínico do Hospital Beda, doutor Diogo Neves
(Foto: Silvana Rust)

O médico oncologista Diogo Neves é o diretor clínico do Hospital Geral Dr. Beda. Na semana em que a unidade ultrapassou o número de 300 cirurgias robóticas em menos de dois anos, em Campos dos Goytacazes, ele fez uma avaliação sobre o investimento tecnológico e a certificação de profissionais promovidos pelo Programa de Robótica do Beda. Este tema é destacado na reportagem especial “Beda comemora 300 cirurgias robóticas em menos de dois anos” (leia aqui). Nesta entrevista, o doutor Diogo Neves analisa o período e sobre o avanço do Beda em tecnologias e serviços.

O que representa para o senhor essa marca de mais de 300 cirurgias robóticas no Hospital Dr. Beda?

O fato de termos atingido a marca de 300 cirurgias robóticas em dois anos representa mais do que números expressivos; representa o amadurecimento da instituição, seus profissionais e a percepção da população do diferencial que proporcionamos. A primeira cirurgia robótica em solo brasileiro foi realizada há cerca de 16 anos, e muitas pessoas já haviam recorrido a essa tecnologia, principalmente em grandes centros. O que conseguimos foi capacitar profissionais já extremamente qualificados para realizar cirurgias robóticas com a mesma destreza de grandes cirurgiões concentrados, principalmente, nos grandes centros urbanos.

Como avalia esses quease dois anos com o uso do equipamento no Hospital?

Avalio de forma muito positiva, pois para chegarmos à marca de mais de 300 cirurgias robóticas, tivemos que viver o processo. Iniciamos o projeto de Robótica do Hospital Dr. Beda literalmente da estaca zero. Além do robô e todos os seus apetrechos, adquirimos um simulador de cirurgia robótica certificado pela Strattner (fabricante), onde nossos cirurgiões puderam realizar todo o treinamento sem precisar se deslocar. Facilitamos a certificação de grande parte deles. Conseguimos, junto à fabricante, garantir estratégias comerciais que permitiram que grande parte dos cirurgiões certificados se tornassem proficientes em um curto intervalo de tempo. Para se tornar proficiente, o cirurgião tem que realizar um número mínimo de procedimentos cirúrgicos determinado pelo fabricante. Dessa forma, esses cirurgiões estão aptos a realizar cirurgias robóticas com autonomia em qualquer lugar do país. Fico muito satisfeito em olhar para trás e saber que, há dois anos, tínhamos apenas um cirurgião proficiente. Hoje, temos mais de 10, nas mais diversas áreas.

O que gostaria de destacar sobre as diferentes áreas médicas que passaram a adotar a cirurgia robótica?

O interesse foi maior do que imaginávamos. A chegada da cirurgia robótica no Hospital Dr. Beda funcionou como uma injeção de ânimo para nossos profissionais, sejam eles técnicos, enfermeiros ou médicos. A grande maioria abraçou a ideia. Temos grandes cirurgiões na nossa cidade, muitos deles retornando de longo período de formação acadêmica e profissional em instituições de referência nacional. Ninguém em sã consciência quer perder o bonde da história. A cirurgia robótica não pode mais ser encarada como um futuro distante; eu diria que é o presente, com muito potencial de crescimento.

Como observa o interesse de médicos e cirurgiões, além da formação desses profissionais no Beda para certificação?

Como afirmei anteriormente, não vejo mais a cirurgia robótica como algo atrelado ao futuro; ela é o presente, é palpável. Temos profissionais capacitados, muitos deles com uma curva já significativa de procedimentos. Acredito que a cirurgia robótica se tornará cada vez mais comum, corriqueira. Há 10 anos, ela se limitava principalmente a cirurgias pélvicas e urológicas. Hoje, acredito que quase todas as especialidades cirúrgicas já encontraram alguma aplicação com melhores resultados em sua área, e a tendência é que continue a aumentar à medida que a tecnologia se torna mais acessível.

Como imagina o futuro próximo em relação à tecnologia robótica para procedimentos cirúrgicos?

Estamos muito felizes com os números e, principalmente, com os resultados obtidos nesses dois anos de cirurgia robótica. Foi um crescimento de 100% em relação ao ano anterior. Para complementar nossa alegria, recebemos um novo acelerador linear, o Halcyon, um equipamento sem paralelo tecnológico no tratamento radioterápico atualmente. O crescimento do nosso arsenal terapêutico é motivo de muito orgulho e, consequentemente, de muita responsabilidade.

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