Temos por hábito considerar que o ‘Ano Novo’ deixa para trás as dificuldades do anterior e que novas janelas se abrem para que entre a luz da renovação e de dias melhores.
Entretanto, afora o layout próprio do período, espécie de institucionalização de que “daqui pra frente tudo vai ser diferente”, a realidade não abraça a observação visto que, na prática, o 31/Dez para o dia 1º não significa nada além de uma data no calendário.
O que há de bom e de ruim atravessa a virada sem cerimônia e sem pedir licença. A mudança se faz com determinação, com ações práticas, com vontade política, com espírito público e com exaustivo trabalho para superar o ciclo adverso e aprimorar o que está satisfatório. E isso não tem a ver com o mês de janeiro, maio, julho…
Desde 2014 o Brasil não consegue sair da turbulência que por diferentes causas sacoleja o País de um lado para o outro, como sempre impondo sacrifícios impiedosos aos mais necessitados. Aliás, em contraponto, os ricos ficam cada vez mais ricos.
O espectro brasileiro está na política e na economia. Nesta ordem. Visto que aquela determina os rumos desta. Os setores vitimados são… todos. Saúde, Educação, Segurança, Saneamento básico, Habitação, Transporte, e por aí segue.
No primeiro dia útil do ‘Ano Novo’ o dólar fechou a R$ 6,16. Para baixar dos R$ 6, não vai ser fácil. E mais: Juros elevados e inflação nas fronteiras de 5% traçam o quadro da realidade e do desafio do Brasil para 2025.
Mas nada ao acaso. O Congresso vem sufocando mais e mais o governo a cada proposta aprovada. O presidente aceita o sufoco. Ou aceitava, porque depois de dois anos parece que o Planalto vai se socorrer no STF para superar as barreiras erguidas pelo Legislativo. Na prática, até o PT cria obstáculos ao governo, para não dizer que o próprio governo não se entende.
Tem sido assim, de tropeço em tropeço, que o governo federal não consegue atingir o objetivo capital: cortar despesas para diminuir o gasto público. Sem isso, vai continuar patinando sem sair do lugar.
De certo, não há otimismo utópico nem pessimismo. O que há é a realidade. Por outro lado, nada impede que tenhamos esperança – a palavra chave para o País descobrir a bússola, traçar o rumo e chegar a um porto seguro.