O vereador Bruno Pezão (PP) recebeu uma intimação da Justiça Eleitoral, na noite desta segunda-feira (16), durante a diplomação dos eleitos em Campos, realizada no Teatro Municipal Trianon. Ele foi abordado por uma oficial de justiça, durante a solenidade.
Em nota enviada ao J3News, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) informou que o vereador foi citado para apresentar defesa, no prazo de cinco dias, na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida contra ele.
Em 3 de outubro, três dias antes das Eleições Municipais 2024, o Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma Aije contra Bruno Pezão, buscando a cassação do registro de candidatura e a declaração de inelegibilidade dele por oito anos.
A medida foi aplicada com o intuito também de obter a invalidação de todos os votos que viessem a ser obtidos pelo então candidato à reeleição, bem como a exclusão desses votos da coligação ou partido. Ele acabou reeleito com 4.880 votos (quinto mais votado) e foi diplomado nesta segunda-feira.
Leia mais sobre a Aije do MPE
O MPE afirma ainda que de acordo com os fatos apurados e detalhados em inquérito policial, o candidato estaria se utilizando de recursos financeiros não declarados, além do emprego de coação e intimidação de eleitores, armas de fogo e intimidações de criminosos, orquestradas por uma organização criminosa envolvida em torturas, mortes e tráfico de drogas, entre outros, com forte influência na região de Campo Novo.
A ação de investigação destaca que no mês de julho deste ano, “Ricardinho”, apontado como traficante e conhecido matador da região, foi inserido ao vivo em um telão e desta forma participou de uma reunião com eleitores da região, demonstrando apoio e exigindo o mesmo de quem estava presente.
“Além de chefiar a organização criminosa e dos vínculos descobertos com o candidato, foi observado que a transmissão ao vivo se deu diretamente de uma cela de um dos presídios de Bangu, no Rio de Janeiro, local em que “Ricardinho” está preso há aproximadamente 10 anos. A ação foi caracterizada como uma tentativa clara de criar embaraços ao voto livre e criar um curral de eleitores, prática que afronta diretamente os princípios da livre manifestação do voto”, enfatiza a Aije.
Por fim, o MPE alerta que a análise das provas e depoimentos colhidos durante o inquérito policial, indicam fortes indícios de irregularidades com potencial de comprometer a legitimidade do pleito eleitoral.
Posicionamento
Em nota enviada à reportagem, a assessoria do vereador define a ação como “evidente tentativa de criar constrangimento e tumulto”. Confira a nota na íntegra:
“A defesa do vereador Bruno Pezão vem a público manifestar-se sobre a citação recebida na noite do dia 16/12/2024, durante a cerimônia de diplomação. É evidente a tentativa de criar constrangimento e tumulto em um momento tão significativo, onde se consagra a escolha democrática e legítima do povo, refletida nas urnas. A escolha do momento para a citação, justamente durante a diplomação, revela uma tentativa clara e inoportuna de prejudicar a imagem pública do vereador em um evento solene e histórico.
Reafirmamos que o vereador Bruno Pezão foi eleito com ampla representatividade popular, sendo o 5º mais votado na cidade, e continuará atuando com responsabilidade e dedicação. Com uma trajetória marcada por trabalho sério e comprometimento com a população, ele não se deixará abalar por tentativas de perseguição política.
A defesa tomará conhecimento integral do processo e apresentará a devida resposta nos autos, convicta de que a verdade prevalecerá. Reiteramos nossa confiança na inocência do vereador Bruno Pezão e no discernimento da Justiça, bem como no apoio daqueles que reconhecem a sua atuação ética e transparente em prol do desenvolvimento da cidade.
O vereador Bruno Pezão reafirma seu compromisso com a população, mantendo-se firme na luta por melhorias e representando com honra os interesses de seus eleitores.“