É difícil acreditar que depois de tudo que foi provado e comprovado, resultando num verdadeiro assalto aos cofres públicos subtraído da Saúde, da Educação, do Saneamento Básico, da Habitação, etc., ele – justamente ele –esteja dando sinais de querer voltar, como quem apresenta a conta por seu silêncio ao não fazer delação.
Trata-se de José Dirceu, cuja má reputação o precede e dispensa apresentação. Acusado de ser o ‘Arquiteto do Mensalão’, precisou deixar a Casa Civil face a situação insustentável. Ato contínuo, teve o mandato de deputado cassado pela Câmara Federal. Depois, foram 5 prisões pelo Mensalão e Lava-Jato.
Tudo isso começou há 20 anos e agora ele admite retornar, ressalvando que não seria para o executivo, conforme declarou em entrevista ao O Globo.
PROCESSOS E PRISÕES:
“O problema é que eles viraram instrumento político para mudar a realidade institucional do país. Os procuradores e o (Sergio) Moro pretendiam o poder.”
ERROS:
“Não, eu não errei em lugar nenhum. Nenhum dos dois casos. Porque eu não tinha nenhuma relação com essa história dos dois empréstimos, do caixa dois.”
Pendência No início de novembro o procurador-geral da República recorreu da decisão do ministro Gilmar Mendes que anulou duas condenações de José Dirceu na Lava-Jato. Gilmar estendeu a Dirceu os efeitos da decisão que considerou o ex-juiz Sérgio Moro suspeito para atuar em processos contra o presidente Lula. Com base nesse entendimento, o ministro anulou todos os atos de Moro contra Dirceu.
No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, discordou e recorreu da decisão de Gilmar Mendes sob a alegação que “o reconhecimento de irregularidade ocorrida num processo não se estende a outro, com partes distintas, mesmo que ambos tenham sido conduzidos pela mesma autoridade coatora”.
As pretensões de Dirceu fazem lembrar frase do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin, dita no passado em relação a outra pessoa: “Ele está querendo voltar à cena do crime“