A prefeitura de Campos e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) cobram, e com toda razão, o que foi combinado há 50 anos, sobre uma estrada que se convencionou chamar de “Contorno”, com um novo traçado da BR-101, tirando-a da área urbana do município.
Não seria um rascunho, mas, um projeto que nunca saiu do papel, e deve estar em alguma gaveta do Ministério do Transporte ou da Agência Nacional de Transporte (ANT). Esse projeto prevê um desvio em Ururaí, com pontes sobre os rios Paraíba do Sul e Muriaé, até alcançar a BR-101, no distrito de Travessão.
Sabemos se tratar de uma obra estruturante de alto custo, tanto que a ideia só voltou a ser discutida quando da concessão do trecho da BR-101 entre o Espírito Santo e Niterói, em 2008. Caberia, então, à concessionária Arteris Fluminense, executar essa obra. Passados 15 anos da privatização, além dos veículos pagarem pedágio, nada andou.
A localização estratégica de Campos e seu crescimento urbano, por si, já justificariam a execução do projeto, mesmo que implicasse em novas praças de pedágios. O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, tem cobrado ao Governo Federal uma posição e não obteve sequer uma nota técnica. Um leilão público está previsto para o início de 2025. O desafio, então, é cobrar o projeto pelo simples fato de ser ele a única solução. Um paliativo ocorreu no início dos anos 1980, quando José Carlos Vieira Barbosa criou a do “Contorno”. Não fosse isso, todo trânsito passaria pela Beira-Valão.
O paliativo já deu, como se diz já gíria. Acertam os arquitetos e urbanistas, José Luis Puglia e Renato Siqueira, que bem conhecem toda essa história, ao afirmarem que não existe mais retorno diante desta encruzilhada. Até aqui temos contornado o problema, como um veículo que desvia de obstáculos na estrada. Para Campos, essa obra é a prioridade das prioridades.