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Pesquisas tentam ‘explicar’ vitória acachapante de Trump. Simples: erraram

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
12 de novembro de 2024 - 17h15

Donald Trump venceu a eleição presidencial americana há quase 10 dias e as ‘explicações’ sobre sua vitória esmagadora segue dominando a pauta de estudiosos e analistas políticos que buscam ‘justificar’ aos quatro cantos o retorno avassalador do republicano à Casa Branca. Só faltam impingir o famoso “eu já sabia”. Mas não dá. Não adianta ‘construir’ uma narrativa para o placar do jogo depois do apito final.

Bem entendido, projetar como será o próximo governo e que reflexos terá sobre países já envolvidos em conflitos armados, bem como quem sai ganhando e perdendo, a questão do Oriente Médio, da Rússia, China, Coreia do Norte, Japão, Ucrânia, etc. é um exercício proveitoso no sentido de avaliar as alternativas diante dos quadros tais e tais.

Mas insistir em explicar a derrota acachapante sofrida pelos democratas é algo inútil. O resultado surpreendeu porque as pesquisas erraram – tal qual acontece aqui. Os “grandes experts” não foram capazes e captar a movimentação do eleitor visivelmente insatisfeito com Biden e sua vice, a candidata Kamala Harris. Ponto. O partido democrata sofreu  revés quase tão humilhante como em 1972, com Nixon; e em 1984, com Reagan.

É possível especular, despretensiosamente, a possibilidade de uma certa frustração com o festejando “Yes, we can” (Sim, nós podemos), de Obama, que depois de dois mandatos não entregou o que o povo americano esperava. Aí o eleitor virou a chave para o  “Make América great again” (A América grande novamente) de Trump, que derrotou a democrata Hillary Clinton.

Mas como o governo Trump foi o desastre que todos viram, os americanos novamente viraram a chave e apostaram em Biden. O democrata, contudo, não fez a economia avançar: o custo de vida subiu, a inflação bateu níveis históricos e a desaprovação chegou a 59%.

Acontece que na política, tal qual roleta de cassino, quando a bolinha não cai no preto, joga-se no vermelho. E se na próxima rodada não der vermelho, volta-se para o preto. Os EUA, o país mais importante e democrata do mundo é, também, o mais capitalista – e não necessariamente nesta ordem. 

Negando o aquecimento global e favorável aos combustíveis fósseis. Indiciado criminalmente 4 vezes e condenado uma. Acusado de agressão sexual e supostamente de falsificar documentos. Acusado, ainda, de incitar invasão ao Capitólio – radical, preconceituoso, reacionário, belicoso e intolerante… Trump está de volta.