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PF investiga grupo de WhatsApp de lideranças ligadas a Madeleine e Marquinho Bacellar

Sub: Apuração envolve movimentação financeira em troca de apoio político

Geral
Por Yan Tavares
11 de setembro de 2024 - 17h14
Foto: Arquivo/Silvana Rust

A Polícia Federal (PF) investiga lideranças evangélicas em um possível esquema de corrupção eleitoral em Campos para favorecer a candidatura da Delegada Madeleine (União) à Prefeitura e do vereador Marquinho Bacellar (União) à reeleição na Câmara Municipal.

De acordo com o inquérito da PF, as investigações apuram áudios enviados em um grupo de WhatsApp, que seria formado para “apoio” da campanha de Madeleine à prefeita do município e para reeleição de Marquinho ao cargo de vereador. São anexados ao documento ainda “prints” de postagens feitas em grupos de WhatsApp, no mesmo sentido.

A notícia crime apresentada pelo ex-vereador de Campos, Thiago Virgílio (Agir), denuncia que haveria supostamente “um audacioso esquema de corrupção eleitoral para compra de votos de pastores e religiosos por meio de pagamento em dinheiro de uma espécie de ‘mesada’, apelidada de “documento”, entregue todos os meses entre os dias 15 e 20”.

O esquema estaria acontecendo desde janeiro deste ano, segundo a denúncia apresentada à PF, tendo pastores como coordenadores dos grupos. Dentre eles, é destacado o nome do Pastor Roger Araújo, que estaria citado diversas vezes em um dos áudios anexados à denúncia.

Quem também aparece entre os nomes denunciados e agora investigados é Thiago Calil, ex-subsecretário de Governo de Rosinha Garotinho em Campos, condenado por compra de votos nas eleições municipais de 2008.

De acordo com a notícia crime, Calil seria o responsável por buscar a propina para entregar ao Pastor Roger, que em seguida estaria fazendo a distribuição do dinheiro para eleitores.

“Gente eu não sei se eu entendi direito essa mensagem, eu entendi o Varão falando que tem pessoas que estão desde janeiro sem receber o documento. É isso mesmo? Gente eu não sei se eu entendi isso, se eu entendi errado peço perdão, mas se realmente foi o que eu entendi, agora eu falo afirmando:
safadeza! mau caráter é a definição que eu tenho para eles” (SIC), diz o trecho de um áudio atribuído a um pastor na denúncia.

Já em mensagem publicada e extraída de um destes grupos, aparece a determinação para a organização de caravanas para uma reunião em uma casa de shows de Campos, no dia 16 de agosto.

“Atenção Paz do Senhor. Dia 16 vamos ter uma reunião na Multiplace às 18h e todos os líderes desse grupo precisam preparar uma caravana. Estamos tentando tempo para nos programar, então já podem fazer o pedido do seu ônibus ou van. O transporte será pedido por vocês. Nós iremos arcar com as despesas. Só mandar a nota”.

Planilhas com números telefônicos e nomes dos contatos presentes em grupos de WhatsApp que estariam sendo utilizados para o suposto esquema, também foram à PF na denúncia.

No documento, o delegado federal Anderson Barcelos de Azevedo, designado para atuar no caso, determina ao chefe do Núcleo de Operações que coordene os seguintes procedimentos:

Intimar o denunciante Thiago Virgílio a prestar depoimento, em audiência que deverá ser agendada para a data mais próxima disponível;

Realizar diligências buscando informações sobre condutas relacionadas ao evento citado como realizado no dia 16/08/2024;

Investigar as redes sociais do Pr. Roger Araújo em busca de eventuais elementos de prova visando verificar eventual prática dos fatos narrados na denúncia;

Identificar em quais templos religiosos o Pr. Roger Araújo exerce suas funções como pastor;

Comparecer em cultos abertos ao público e que estejam sendo presididos pelo Pr. Roger Araújo, visando verificar eventual prática dos fatos narrados na denúncia;

Qualificar eventuais testemunhas que venham a ser descobertas com o desenrolar das diligências.