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Primeira artroscopia de quadril de Campos é realizada no Beda

Cirurgia minimamente invasiva foi coordenada pelo ortopedista Vinicius de Oliveira

Saúde
Por Ocinei Trindade
26 de agosto de 2024 - 5h06
Sucesso|Cirurgia inédita aconteceu na última semana e foi considerada bastante satisfatória (Foto: Divulgação)

O Hospital Geral Dr. Beda, em Campos dos Goytacazes, é o primeiro do interior fluminense a realizar uma artroscopia de quadril, técnica cirúrgica minimamente invasiva que utiliza câmeras e instrumentais específicos. O médico responsável pelo procedimento é o ortopedista e traumatologista Vinicius de Oliveira Ferreira. A cirurgia inédita na cidade aconteceu na última semana e foi considerada bastante satisfatória. O paciente, de 36 anos, sofria de dores no quadril ao praticar atividade física. A expectativa é de que, após a cirurgia e sessões de fisioterapia, ele volte à sua rotina de movimentos normalizados em três meses.

“A artroscopia nos permite acessar a articulação do quadril por meio de uma câmera e instrumentais cirúrgicos. Ela tem alguns objetivos, como o tratamento do impacto femoroacetabular, nas lesões labrais, lesões do ligamento redondo, sinovite vilonodular, condromatose sinovial, retirada de corpo livre da articulação. Mas o principal é no tratamento do impacto femoroacetabular e lesão labral”, explica Dr.Vinicius. Os locais mais próximos a realizar esse tipo de cirurgia eram as cidades de Cachoeiro de Itapemirim (ES) e Rio de Janeiro.

O ortopedista e traumatologista detalha um pouco mais sobre a artroscopia de quadril:

Ortopedista|Dr. Vinícius

“Sendo uma cirurgia minimamente invasiva, são utilizados dois pequenos acessos. Em um deles,  entra uma câmera. No outro, um instrumental dentro da articulação. Nesse caso do paciente operado, a gente abriu uma cápsula, fizemos uma sutura labral e a correção do impacto tipo CAM, que é uma alteração mecânica na transição cabeça-colo femoral. A gente tira esse aumento ósseo,  o bump ósseo, para não ter mais esse impacto ósseo. A diferença dessa cirurgia é que ela é feita com mini-acesso, menos agressiva a partes moles, menor perda sanguínea, menos tempos de hospitalização”, comenta o especialista.

Ainda de acordo com o ortopedista, o paciente não tinha  histórico de trauma, mas sofria com dor no quadril direito. “Foi constatado no exame físico FADIR + ( flexão, rotação interna e adução com dor ), FABERE alto, sinal do C, dor após atividade física. Há muita gente que tem essa alteração sem alteração clínica. Possui alteração radiológica, mas não tem alteração clínica. É um subclínico que a gente fala”.

Esse tipo de cirurgia é recomendado quando se tem dor no quadril e alteração radiológica. A primeira artroscopia no Hospital Dr.Beda foi indicada para o impacto femoroacetabular.  Em exames e testes físicos é constatada a dor. As imagens de impacto aparecem no Raio X e Ressonância Nuclear Magnética.

”Ao fazer o Raio X em AP e DUM, vê-se o aumento da transição cabeça-colo. E a ressonância vem mostrando para a lesão labral e um ângulo aumentado, um ângulo ALFA aumentado. Ângulo maior 55 graus fecha o diagnostico”, cita Vinicius de Oliveira.

A cirurgia foi considerada muito satisfatória pela equipe. “A gente conseguiu corrigir todo o impacto do tipo CAM, que é o aumento ósseo na transição cabeça-colo, e também a lesão labral, que a gente suturou. Colocamos duas âncoras. O paciente vai direto para fisioterapia. Há algumas restrições, tipo descarga de peso parcial, arco de movimento limitado ( flexão de quadril 90 graus e sem rotação interna), por 6 a 8 semanas. Após esse tempo evoluímos com aumento do arco de movimento, descarga de peso, fortalecimento”, explica.

De acordo com o cirurgião, a artroscopia de quadril passou a fazer parte da rotina do Hospital Dr. Beda. “Com certeza, estará no nosso dia a dia.  A gente já tem alguns outros pacientes para encaminhar para a cirurgia”, finaliza.