O primeiro dia de agosto foi lembrado mundialmente em defesa da amamentação. Em Campos dos Goytacazes, o Centro Nicola Albano promoveu um encontro com várias mães de bebês internados na UTI Neonatal e Pediatria. Integrantes da equipe multidisciplinar desenvolvem uma campanha de aleitamento materno durante o ano inteiro. “A equipe da UTI Nicola Albano tomou para si a responsabilidade da mãe aleitar” é o slogan dos profissionais de saúde que atuam em diferentes funções. O objetivo é estimular o aleitamento materno e auxiliar no tratamento e na recuperação dos pequenos pacientes.
A psicóloga Glória Abreu integra a equipe do Centro Nicola Albano. Ela defende estimular o aleitamento não somente no Agosto Dourado, mas durante todos os dias do ano.
“O Centro Nicola Albano tomou como condição e responsabilidade a amamentação, pois é a melhor alimentação para o bebê, possibilitando desenvolvimento e cura. A melhor alimentação é o leite materno. Nessa campanha, usamos adesivos em toda a UTI com mensagens de incentivo à amamentação. É ser responsável pela alimentação dos nossos prematuros. Todos os bebês precisam de aleitamento. Nós temos o projeto ‘Meu Leitinho’ envolvendo principalmente mães de prematuros. Quando o bebê chega aqui, de imediato, a mãe é orientada a amamentar o seu filho. Como psicóloga, meu trabalho é exatamente com as mães. Se eu não trabalhar a mente delas para poder amamentar, não vão conseguir. Ansiedade, medo e insegurança fazem cair índice de leite. Todos nós trabalhamos em prol do aleitamento materno”, diz Glória.
Gisele Pitta é uma das consultoras em amamentação do Centro Nicola Albano. “A UTI tem como responsabilidade estar ofertando o leite materno para as crianças que ficam aqui, orientando as mães para não deixarem diminuir o fluxo de leite e aumentar sua produção. Unimos técnicas específicas durante todo o tempo da internação para que não falte leite ao bebê”, explica.
A enfermeira Juliana Queiroz supervisiona as atividades junto às mães dos bebês internados. “O papel da enfermagem em conjunto com a equipe é trabalhar diretamente com a mãe do paciente. Observamos a pega e a posição da mãe e do bebê, primordial para que não tenha nenhuma complicação e consiga extrair o leite que tem vários nutrientes necessários”. Para a médica pediátrica Luciana Faes, a campanha é primordial para o crescimento e melhora dos bebês.
“Dentro da UTI, logo no primeiro contato, a gente sempre conversa com a mãe que o leite materno é outro medicamento que temos para o bebê. É da nossa responsabilidade fazer com que essa mãe vá para a ordenha e faça a extração correta do leite. É de uma importância vital para esses nossos pequenos bebezinhos”, diz.
Método Canguru
A pediatra Vera Marques promove junto às mães dos pacientes do Centro Nicola Albano, o Método Canguru. “Ele inclui diversas ações. Tomamos para a nossa responsabilidade que toda mulher pode amamentar. Oferecemos tudo para que isso aconteça. Existem técnicas adequadas. Uma delas é fazer uma extração de leite a cada três horas. Muitas mulheres não entendem isso. Temos as técnicas mais importantes, a bomba elétrica, a bomba manual, e mostrar a importância da retirada desse leite. É importante a mãe ficar em contato com a criança pele a pele. Oferecemos a ambiência da UTI Neonatal, com diminuição de ruído e luz, uma cadeira confortável, para propiciar o aleitamento materno que é poderosíssimo para a defesa imunológica”.
Mães que amam
Kailany Mayer é mãe de Arthur, recém-nascido internado com pneumonia em situação estável. “Estou tirando na ordenha o leite para ele de duas em duas horas. Eu acho muito importante ficar aqui e dar a amamentação do peito, é uma conexão de mãe e filho. A médica diz que se ele continuar assim, em menos de sete dias a gente vai para casa”.
Frances Laysla é mãe do Kalell, nascido em Santo Antônio de Pádua e internado há dois meses na UTI Neonatal. “Ele passou por cirurgia. Está sendo alimentado através de sonda. Faço a retirada do leite de três em três horas pra ele se alimentar. É importante essa campanha. Neste momento, o que a gente pode fazer pelos nossos filhos é tirar o leite e as crianças são supridas”.
Daniela Amaral, é mãe de Samuel, com menos de um mês. Ficou 13 dias internado e recebeu alta. “Eu me senti confortável aqui. O hospital é muito bom. Meu outro filho também já esteve aqui. Pude amamentar, pois este é um remédio também”. Uandela Valentim, mãe de Otávio, recebeu todo apoio para amamentar o filho internado na UTI. “Este é nosso último dia aqui. Deu tudo certo e nós vamos para casa. Estou muito feliz”, conclui.