O J3News revisita um dos mais graves problemas sociais dos tempos de agora (leia aqui). Não foi uma visita a domicílio, porque essas pessoas e seus dramas estão nas ruas. São as ditas pessoas em situação de rua, que raramente levantam suas vozes, exceto para pedir esmolas.
São pessoas de todas as faixas etárias, de diversas origens, de diferentes histórias que se assemelham em uma dor a céu aberto, quando não, sob as marquises frias e sobre calçadas cobertas por papelões. Na maioria das vezes, dividem o mesmo espaço e o pouco que conseguem no final do dia.
Definitivamente não é um habitat natural para pessoas, mas vem sendo naturalizado pelos olhares dos que passam a caminho do seu próprio teto. Habitat que resulta muitas vezes em um ambiente hostil, porque, entre muitas dessas pessoas em situação de rua, o uso de drogas é frequente.
Esse problema está literalmente no centro das grandes cidades e escorre também para bairros onde existe algum tipo de atividade comercial. Em Campos, acontece preferencialmente na Praça São Salvador e seu entorno e, também, na avenida Pelinca.
Definidos, muitas vezes, como invisíveis, os moradores em situação de rua querem visibilidade, mas a sociedade parece se inspirar no romance de José Saramago, “Ensaio sobre a cegueira” e, raramente estende a mão, preferindo dar de ombros.
Soluções para esse problema têm sido pensadas em uma espécie de laboratório social, existente em todo núcleo urbano organizado.
Em Campos, a prefeitura tem uma Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (SMDHS), com um Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) composto de quatro abrigos com capacidade para 120 pessoas, o que, aparentemente, zeraria o problema. Difícil entender como muitos desses abrigos estão com vagas disponíveis, na mesma medida em que a população em situação de rua aumenta.