Assistir ao espetáculo Crystal, Cirque du Soleil, é uma experiência que encanta e inspira. Tive essa oportunidade e foi maravilhoso.
Ir à arena não é só se extasiar com as acrobacias, malabarismos e com a patinação artística impressionantes. Este foi o primeiro espetáculo todo apresentado sobre o gelo.
É também acompanhar a história de Crystal, uma jovem sonhadora, peculiar que, sentindo-se desconectada do mundo e de si mesma, refugia-se num lago congelado. Porém, o gelo se quebra e Crystal cai num mundo subaquático, diferente, misterioso.
Nesse momento da encenação, me lembrei da personagem Alice do livro de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas. A menina adormece e acorda num lugar fantástico
cheio de criaturas singulares como o Gato de Cheshire.Um gato risonho que possui a habilidade de aparecer e desaparecer.
Crystal encontra, nesse novo mundo, um guia que nada mais é que o seu próprio reflexo. Ela descobre o dom de transformar tudo com sua caneta. Essa é uma parte muito interessante.
A sincronia entre as músicas, as projeções, os movimentos da patinação, os malabarismos, acrobacias e todo contexto da história é um fino trabalho apuradíssimo de sensibilidade, conhecimento e tecnologia.
Mais à frente da narrativa, a personagem quebra o gelo do mundo subaquático e volta à superfície mais forte e segura, com um novo olhar.
Esse é o convite do espetáculo: mudar a perspectiva e ir além do óbvio, empoderar-se.
Quando contei a uma colega o enredo do espetáculo, ela me perguntou como era possível narrar uma história sem diálogos. Sim, é possível. Cenários ecléticos, exímios artistas performáticos, tecnologia avançada, sincronicidade, sensibilidade e ótimas ideias. Há muito por trás do sucesso dessa companhia de circo e teatro.
Em resumo: o Cirque du Soleil é uma verdadeira explosão de ousadia, beleza e emoção.