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Governo Lula vai chegando a um ano e meio

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Geral
Por Guilherme Belido
7 de junho de 2024 - 18h31

PoderData: Não se trata, apenas, de ter crescido a avaliação negativa. Pesquisa feita nos últimos dias de maio aponta que pela 1ª vez desaprovação superou o percentual dos que aprovam 

O mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai chegando à marca de um ano e meio. Daqui a pouco mais 6 meses, terá alcançado a metade do período que lhe cabe governar. A impressão que se tem é que passou rápido. Mas, o que explica essa falsa ‘sensação’, é que o Brasil não saiu do lugar, perdido em discussões políticas inúteis e numa divisão odiosa que parece muito mais preocupada com o passado, do que com o futuro.

Seria normal pressupor que com a população dividida, em que o candidato eleito venceu pela menor diferença da história (1,8% a mais que o derrotado), precedido de uma campanha marcada por baixarias de ambos os lados – na qual tanto Bolsonaro quanto Lula usaram como bandeiras acusações e ofensas pessoais – o clima de hostilidade prevalecesse por algumas semanas ou poucos meses. Mas não. O presidente Lula da Silva, que prometeu um governo que iria unir o país – sem revanchismo ou sentimento de vingança – está passando longe de fazer o que disse que faria.

Mais ainda, nem mesmo esperou a posse. Eleito, permaneceu no palanque desferindo todo tipo de rancor contra o candidato derrotado e seus aliados. Empossado, não desceu do tablado. Ao contrário, seguiu com os ataques contra Bolsonaro, sequer disfarçando sua perseguição contra quem vencera nas urnas. 

Na base da especulação, é possível inferir que Lula, sendo hostilizado pelo público em quase todas as suas aparições, quer no Brasil ou no exterior, enquanto Bolsonaro, ao contrário, continuou sendo festejado, tenha desenvolvido no presidente um abatimento que precisou, talvez, ‘descontar’ em alguém. Mas, se foi o caso, o país está acima de suas possíveis mágoas. 

À luz do respeito ao eleitor e das responsabilidades inerentes ao presidente da República – ao chefe de Estado –, caberia deixar que a Justiça se incumbisse das acusações contra Bolsonaro – o que não era sua função. Seu dever está, sim, para com o Brasil.

Falas infelizes e avaliação negativa 
Não se trata aqui de um retrospecto minucioso do governo. Mas do alerta de que o presidente Lula da Silva completa um ano e meio de governo amargando o pior índice de popularidade. E isso não é por acaso. Como veremos um pouco adiante desta matéria, salvo por curtos períodos, nas pesquisas de opinião o governo desce ladeira abaixo. E nas mais recentes, feitas no final de maio, a avaliação negativa do presidente é maior desde o início do mandato.

Na administração pública, a percepção da população não acontece ao acaso. Por óbvio, as falas desastrosas de Lula já no primeiro momento do governo assustaram o mercado e prejudicaram a economia. Os pronunciamentos dissociados da liturgia do cargo; os comentários inadequados sobre outros países comprometendo negativamente a imagem do Brasil no cenário internacional.

A observação confusa acerca da invasão da Rússia à Ucrânia e, como ápice do desalinho, ter dito que ditadura na Venezuela não passava de narrativa, entre tantas outras, justificam a falta de apoio popular ‘cavado’ pelo próprio governo. Em outras palavras, uma coisa foi se acumulando sobre outra e a frustração popular se mostra, ao menos por enquanto, inevitável.

Ressalve-se, a economia está sobrevivendo apesar de todo disparate. Não é que esteja bem, mas poderia estar muito pior. Felizmente, alguns pilares fortemente alicerçados em um país continental, em especial o Agro – chamado pelo presidente de “fascista” – por tradição assegura ao Brasil condição privilegiada. Isso, tanto agora quanto em outras oportunidades, como na crise econômica sem precedentes do segundo governo Dilma.

Pesquisas

No quadro geral, é necessário registrar que antes da queda apurada pelo PodeData (*que pode ser observada no Site do Poder360 sob os diferentes ângulos que o instituto analisou), apanhado feito pela Genial Quaest há três semanas sobre a eleição presidencial de 2026 captou que se o pleito fosse naqueles dias – início de maio último – 55% da população não daria nova chance a Lula. Logo, é uma situação que vai se ‘fechando’ num mesmo prisma.

Derrotas em série

O Planalto enfrenta, ainda, o pior momento do governo. Só no mês de maio foram três derrotas em série, entre elas a que derrubou o veto e manteve restrições à ‘saidinha’ de presos e a que ratificou o veto de Bolsonaro que cria obstáculo à punição de disseminação de fake-news.