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Coronel Arthur Barbosa assume 8º BPM, que completa 100 anos

Câmeras corporais já implantadas e drones para áreas urbanas e rurais

Entrevista
Por Aloysio Balbi
3 de junho de 2024 - 0h01
Foto: Josh

Ainda distante dos seus 50 anos, o tenente-coronel Arthur Barbosa, assumiu o comando do 8º Batalhão da Polícia Militar em Campos, o maior em número de efetivo e de cobertura territorial do estado do Rio de Janeiro, e que completará 100 anos no próximo dia 30 de agosto. É o primeiro comando seu de um Batalhão, mas, apesar de jovem, já desempenhou importantes cargos na Polícia Militar como o de subdiretor do Hospital Central da PM- CHPM, no Rio, e foi superintendente das Operações Lei-Seca e do Segurança Presente. Nesta entrevista o comandante fala da relação positiva com os demais segmentos da segurança pública. Afirma que todo o efetivo utiliza as chamadas câmeras das corporações, sendo um defensor do uso da tecnologia na segurança pública, anunciando que, em breve, o 8º BPM contará com drones para o policiamento ostensivo nas áreas urbanas e rurais.

O senhor assumiu o comando no ano em que o 8º BPM, que é o maior do estado, completa 100 anos. São muitos os motivos para comemorar essa data?
Com certeza, a população de Campos vai ter muitos motivos para comemorar. Eu fui privilegiado de estar aqui no meu primeiro comando assumindo um Batalhão de tamanha importância, tamanha envergadura no estado, um Batalhão que cobre 6.600 quilômetros quadrados de extensão, sendo gigantesco, o maior do estado do Rio de Janeiro, cobrindo quatro municípios – Campos, São João da Barra, São Francisco e São Fidélis. E nós, estamos aqui, depois de ter passado por muitas funções na PM. Eu me sinto bem seguro e fora da PM também, que eu tive dois anos e dez meses na Secretaria de Governo, exercendo funções de superintendência, que são funções estratégicas dentro da Secretaria de Segurança, desenvolvendo projetos como o de Segurança Presente e Lei-Seca. Sinto-me bem preparado para estar nesse primeiro comando, estou muito feliz com a tropa, com a população de Campos. Fui muito bem recebido aqui por todos os segmentos: o executivo, o legislativo, o agrário, o comércio. Todos me receberam muito bem.

Em menos de um mês o senhor alcançou números expressivos em redução de furtos, roubos de carros e até homicídios. Pode falar sobre isso?
Nosso objetivo é dar continuidade ao bom serviço que estava sendo feito aqui pelo Coronel Cruz, que, agora, passa a ser responsável pelo planejamento geral da corporação, que incluiu o planejamento operacional. Eu vim assumir a função dele aqui e temos coisas a melhorar, diria assim, o trabalho estava sendo muito bem feito.

O senhor falou que vem de experiências anteriores, e eu vou citar duas que o senhor participou, que é a da superintendência da Lei-Seca, e também do Segurança Presente. Como foi isso?
Sim, a Lei-Seca é um projeto que nós temos na Secretaria de Governo realizado com muita seriedade, tirando das ruas, condutores embriagados e criando um pensamento crítico nas pessoas sobre isso. Tenho muito orgulho de ter participado deste processo. A Lei-Seca tem o apoio de toda a população. Ela ajuda não só na fiscalização de trânsito e também no policiamento como um todo. Como em todo estado, certamente em Campos, vamos manter a rotina da Lei-Seca em pontos estratégicos.

Mas o senhor também foi superintendente do Segurança Presente, uma espécie de joia da coroa, do governo do estado. Fale um pouco dela.
A experiência é gratificante. Um projeto que tem uma aceitação de mais de 90% em todos os locais onde ele é instalado. Hoje, está em 22 municípios, quando saí eram 40 bases e já estão em andamento algumas bases que vão ser inauguradas pela atual gestão. O Segurança Presente veio suprir uma deficiência que ao longo do tempo foi criada pela falta efetiva da PM. A PM foi direcionada para outras demandas como roubo de carga, incursões em áreas sensíveis dominadas pelo tráfico de drogas, entre outras demandas. Esse programa de polícia de aproximação começou tímido e fomos ganhando credibilidade e identidade no combate aos crimes de rua. Foi assim que recuperamos a vida noturna na Lapa, no centro do Rio. Aqui em Campos, os policiais são residentes, os oficiais são daqui. Um trabalho que mostra excelentes resultados.

E a questão das câmeras corporais. O 8º BPM está usando?
Sim, estivemos recentemente com a delegada Natália Patrão, que coordena as delegacias da Polícia Civil na região, assim como estivemos com juízes e promotores e esse assunto, assim como outros, foi tratado. As câmeras são essenciais e somos todos a favor da tecnologia. A corporação começa a perceber que as câmeras corporais são uma aliada, principalmente em questões que se desdobram nas áreas jurídicas e técnicas.

O senhor fez o mapa das áreas sensíveis, de Campos, com maior número de crimes?
Sim, eu já fiz esse apanhado, inclusive a gente vai apresentar para o comando de CPA no próximo dia 5, um projeto para discutir essas questões. Em relação à criminalidade, o Batalhão está se saindo muito bem com relação aos números de redução de todos os indicadores do sistema integral de metas. Em 23 dias foram mais de 70 presos, 12 armas retiradas das ruas e cinco veículos recuperados. Foram também 26 quilos de maconha apreendidos, 8 quilos de cocaína e 4 quilos de craque. Então, são números expressivos.

E a questão do tráfico de drogas?
Aqui estão operando as três maiores facções do estado. Essas facções estão em constante guerra pelo domínio territorial. Neste contexto, a letalidade é alta. O trágico é que quando você sufoca ele sai para assaltar e cometer outros crimes. Nós temos estratégias junto com as delegacias da nossa área para estancar essa violência. As cinco delegacias são parceiras, trabalham junto com o Batalhão, não só com o policiamento, mas, também, com nosso serviço reservado. Atualizamos informações diariamente. Quando nós temos informações que ele não tem, nós repassamos. Então, é uma parceria muito saudável. O batalhão, no semestre retrasado, ganhou o prêmio do sistema de entrega de metas. Neste semestre, estamos fechando todos os indicadores no verde. Vamos ganhar, vamos bater também o sistema de entrega de metas.

Além de câmeras corporais, o 8º BPM pensa em outras ferramentas tecnológicas para a segurança pública?
A PM do Rio está sempre atenta sobre tudo que acontece em se tratando de tecnologia de segurança no mundo. Posso adiantar aqui que, em breve, estaremos usando drones, que será uma ferramenta muito útil, principalmente em Campos onde a área urbana é totalmente plana. Será um recurso fantástico. Com o uso de drones, estaremos monitorando toda a área urbana. Será de extrema utilidade, por exemplo, em nossa patrulha rural, para inibir os furtos de equipamentos e também de animais. Temos essa patrulha, que a exemplo de outras também apresenta bons resultados.

Essa questão do roubo no campo vem de ano e o combate parece estar mais eficiente?
Nós temos três projetos que são orgulho do nosso Batalhão, entre eles a Patrulha Rural. Hoje, nós temos mais de 1.200 propriedades cadastradas na nossa Patrulha. Temos ainda a Patrulha Maria da Penha, que atende as mulheres, que são assistidas aqui, já contamos com mais de 1.000 cadastros. Temos a Patrulha Escolar para a proteção à criança e adolescente, que faz também essa ronda e essa ação preventiva visitando os colégios.

No maior efetivo da PM do estado, quantas mulheres policiais estão em atuação?
Interessante observar isso, nosso Batalhão hoje conta com 41 mulheres, talvez, seja o que mais possui mulheres em seu quadro. E a tendência é ampliar uma vez que as mulheres têm ocupado cada vez mais espaço e isto é muito gratificante.