Os municípios da região Norte Fluminense ainda esperam o início da operação para contar com o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O projeto de abrangência estadual está na fase de implantação da Central de Regulação às Urgências e Emergências. No entanto, as ambulâncias que integram o serviço já foram entregues há mais de um ano, na ocasião do aniversário de Campos, em 28 de março de 2023 e, desde então, a maior parte delas está sem utilização até que o trabalho seja iniciado. De acordo com o Cidennf, os veículos estão acautelados nos municípios que as receberam. Questionada sobre onde estão as ambulâncias, a Prefeitura de Campos não informou a localização dos veículos. Além de Campos dos Goytacazes, Carapebus, Conceição de Macabu, Quissamã, Macaé, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana e São João da Barra, são os municípios que compõem o projeto, que será gerido pelo Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf).
Das 22 ambulâncias entregues pelo vice-governador Thiago Pampolha, em março do ano passado, 15 serão utilizadas em Campos. Em São João da Barra, um dos veículos já está a serviço da população, através de um programa que foi implantado pela prefeitura sanjoanense.
Os consórcios públicos com gestão em saúde foram incumbidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro de operacionalizar o SAMU das respectivas regiões de atuação. Ao Cidennf coube a operacionalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência da Região Norte de Saúde, composta por oito municípios que trabalharão juntos, numa gestão cooperativa, associada, dos oito secretários de saúde da através do Cidennf.
De acordo com o Consórcio, o funcionamento do SAMU envolve a implantação de uma Central de Regulação das Urgências, unidade regulatória que acolherá o processo de regulação das urgências médicas de toda a Região Norte. Essa Central será implantada em Campos. “O processo de implantação é complexo e requer cautela para a absorção/extensão de serviços 192 municipais já implantados, que alcançarão toda a Região Norte de Saúde do Estado do Rio de Janeiro”, destaca o Cidennf.
O Consórcio também salienta que o projeto terá duas fases “No primeiro momento o serviço de regulação de urgência municipal de Campos dos Goytacazes passa a funcionar no espaço físico destinado à Central de Regulação das Urgências Regional, através de um Termo de Cooperação Técnica celebrado com o Cidennf, para acolher, gradativamente, as demandas da região. Após, será implantada a Central de Regulação das Urgências da Região Norte, sob gestão do Cidennf. Atualmente, vivenciamos a primeira fase, com previsão de iniciarmos a segunda fase, ainda este ano”, diz o Cidennf.
“Estamos avançando no projeto de regionalização do SAMU. Nas próximas semanas, teremos uma reunião crucial com os consórcios de Saúde da região para ajustar os detalhes necessários e garantir que este importante serviço seja implementado de forma eficiente e abrangente em toda a nossa área de atuação”, ressaltou Vinicius Viana, secretário executivo do Cidennf.
O secretário de Saúde de Campos, Paulo Hirano explica que a implantação do SAMU regional tem sido um pouco morosa devido à pactuação que precisou ser feita com todos os municípios que fazem parte da Região Norte Fluminense. “Acreditamos que dentro de poucas semanas, teremos a implantação do SAMU de forma plena, o que vai facilitar o transporte dos doentes graves, dos doentes das redes de urgência e emergência que necessitam dessa assistência. E, logicamente, Campos será, mais uma vez, o pólo assistencial de saúde da nossa região”, disse o secretário.
Enquanto o serviço não tem início, o município segue atendendo as urgências e emergências através do Programa Emergência em Casa, que funciona com duas ambulâncias avançadas e quatro básicas. A unidade referência para receber o paciente socorrido pelo 192 depende do quadro de saúde e da intervenção médica a ser feita. Além do Hospital Ferreira Machado (HFM) e do Hospital Geral de Guarus (HGG), os pacientes são encaminhados para o Hospital São José (HSJ), Unidades Pré-Hospitalares (UPHs) e Clínica da Criança. No mês de abril foram realizados 557 atendimentos, com registro de até 31 em único dia. Já março, foram 606 atendimentos ao todo.
O Corpo de Bombeiros Militar também atua nas emergências em vias públicas. O J3News não conseguiu resposta do 5º GBM sobre o número de atendimentos feitos pela corporação nas ruas de Campos.
O SAMU
O SAMU se caracteriza pelo atendimento aos usuários em emergências clínicas, cirúrgicas, traumáticas, gineco-obstétricas, psiquiátricas e pediátricas, por meio de ligações recebidas pelo número 192. Os atendimentos são realizados em vias públicas, locais de trabalho e residência, e conta com equipes que reúnem médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas.
Serviço de urgência em São João da Barra
Das duas ambulâncias do SAMU que foram entregues ao município de São João da Barra, uma já está sendo utilizada, em Atafona, com recursos próprios da Prefeitura, funcionando com equipe intermediária com condutor, técnico e enfermeiro. “A outra ainda será devidamente regularizada para também começar a funcionar”, disse a Prefeitura por meio de nota.
No início de abril, o município passou a contar com a primeira base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 1), que pode ser solicitado pelo 192, 2741-1818 ou 98135-7764, este último também por WhatsApp. O atendimento prioriza moradores da sede, Atafona e Grussaí, podendo se estender às demais localidades do município.
O SAMU 1 funciona em parceria com serviço de Resgate Municipal e, ao receber a ligação pelos números disponibilizados, a Central de Emergência realiza a triagem para especificar o tipo de atendimento, se será com equipe avançada, com médico, ou equipe intermediária e aciona o suporte mais próximo. Com o serviço do SAMU com base em Atafona, o tempo de atendimento diminuiu.
“As ambulâncias, doadas pelo governo do estado, são mantidas com 100% de recursos do município. São João da Barra é o primeiro município com o serviço do SAMU na região e, para dar um atendimento mais rápido e eficiente à população, optamos por compor a equipe com enfermeiro e técnico de enfermagem, prestando o serviço de suporte intermediário”, disse a coordenadora de Urgência e Emergência, keth Miranda.
