O J3 News revisita um assunto que incomoda os olhos de todos que tentam contemplar a beleza do patrimônio histórico e arquitetônico de Campos. Recorrentemente abordamos a questão da poluição visual, principalmente no chamado Centro Histórico, onde a maior parte deste patrimônio está concentrada na forma de prédios ricos em suas construções e em memórias centenárias.
Essa beleza escondida com elementos modernos se sobrepondo ao passado deveria ser protegida pela Lei nº 9.121, sancionada em 1º de dezembro de 2021, que determina a ordenação do espaço público especificamente no que se refere às fiações, quer seja de energia elétrica, telefonia, Internet entre outras.
A ironia é que nos orgulhamos tanto de termos sido a primeira cidade da América Latina a ter energia elétrica, e agora temos ferramentas desta evolução que mudou o mundo, comprometendo a beleza do nosso passado.
Alguém pode achar que é preciosismo implicar com postes e fiações poluindo o cenário. Não é preciosismo e sim preciosidade. O epicentro desse debate está justamente no Centro Histórico, onde existe apenas um poste em condições de ser contemplado: um próximo à Receita Federal, na Beira-Rio, que ilustra o pioneirismo de Campos na energia elétrica.
Já houve uma tentativa de solucionar esse problema, com construção subterrânea de dutos por onde passariam esses fios, como acontece em parte de muitas cidades brasileiras e do mundo, principalmente em seus centros históricos. Porém, o projeto não foi concluído.
O J3 News vai continuar juntando as pontas desta história para cobrar responsabilidades. Estamos com os olhos embaçados por um emaranhado de equívocos no qual a miopia antecede a beleza, e desta forma a arte não é percebida.
Juntar as pontas deste assunto desencapado para lembrar que nossos prédios e memórias não podem continuar por um fio, ou melhor, por muitos deles.
