Parece irreversível a falta de condições da Enel de continuar a operar nas cidades brasileiras face ao coro geral de que a empresa é um desastre completo: negligente em suas obrigações e incompetente em tudo.
Comete erros absurdos quando contas de R$ 300/400 reais/mês ‘viram’ R$ 2 mil sem a menor explicação e o consumidor precisa dar dezenas de ligações para que atendentes não menos incompetentes ‘entendam’ a situação e a empresa resolva refaturar o que cobrou errado.
Mas isso, geralmente, não impede que a Enel suspenda o fornecimento de energia e, na maioria dos casos, o assunto só se resolve na Justiça. A empresa também não cuida da manutenção de suas redes e os constantes apagões ficam por isso mesmo. Transferindo suas obrigações a ‘terceirizados’, o serviço prestado é uma vergonha sem precedentes em concessões públicas.
SJB – Na quinta-feira passada (29), o município de São João da Barra e praias de Grussaí, Atafona e Chapéu do Sol ficaram sem energia a partir de 15h, entrando na madrugada do dia seguinte às escuras. Uma vergonha.
São Paulo – Quando o governador do principal estado brasileiro, São Paulo, que abriga a cidade de maior população do país, diz que a Enel não reúne condições de atender seu estado, parece fora de dúvida que a concessionária está com os dias contados.
Estamos a falar de um estado com nada menos que 45 milhões de habitantes, cuja capital é de 13 milhões. Logo, se o governador Tarcísio de Freitas pede que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não renove o contrato de concessão com a empresa que considera desqualificada, difícil achar que a reclamação vá passar em brancas nuvens.
Há algumas semanas Tarcísio falou, textualmente, que “uma empresa que a cada chuva deixa o paulistano na mão…”, acrescentando que “não se vê uma preparação e não há o cuidado devido de manutenção” – é um tiro fatal.
Afinal de contas, a Enel é uma concessionária. Não é “dona” do sistema de energia elétrica do Brasil.
