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O novo cenário dos Jovens investidores na B3

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Economia
Por Sandro Figueredo
3 de fevereiro de 2024 - 12h08

A B3 é a sigla utilizada para denominar a Bolsa de Valores do Brasil, que significa Brasil, Bolsa e Balcão desde 2017.

A bolsa de valores  brasileira iniciou suas atividades em 1890 e o seu primeiro nome foi “Bolsa Livre”. Em 1891, a bolsa foi fechada por políticas econômicas adotadas na época, que geraram hiperinflação e um forte processo especulativo no mercado. Já em 1895, foi reaberta, agora com o nome de Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo e em 1935, a bolsa novamente passou por reformulações e foi rebatizada como Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Em 2008 se fundiu à Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), passando a se chamar BM&F Bovespa e a última alteração foi em 2017, com a fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), tornando-se a B3.

São mais de 500 empresas listadas na B3, onde essas companhias disponibilizam suas ações para serem comercializadas e são divididas em diversos setores, como: bens industriais, consumo cíclico, consumo não cíclico, financeiro e outros, materiais básicos, petróleo, gás e biocombustíveis, saúde, tecnologia da informação, telecomunicações e utilidade pública.

Mas existem outros ativos que são comercializados, como: ativos de renda fixa públicos, ativos de renda fixa privados, cotas de fundos, derivativos, mercados à vista, de renda variável, ouro e câmbio.

Lembro que na minha geração, nascidos no final dos anos 80 e início dos anos 90, os jovens mal se interessavam por fazerem reservas em dinheiro, renda complementar para a aposentadoria, não se preocupavam com liberdade financeira ou se tornarem nômads digitais. O principal objetivo era imediato, estava em cursar uma boa faculdade para conquistar bons empregos, garantir ótimos salários e carreiras.

Entretanto com a era digital, a facilidade de acesso a informação, aplicativos de bancos e corretoras na palma da mão através dos smartfones, hoje o perfil investidor está cada vez mais jovem, segundo dados da B3.

Em 2022, 60 milhões de pessoas investiam, ou seja, cerca de 36% da população. O número representa um aumento de 8 milhões em relação a 2021. Os próximos dados a serem divulgados, mostrarão que esse número está exponencialmente maior. Aumentos esses, que se explicam pelo fato de existir maior incentivo e proximidade com corretoras, além dos divernos conteúdos encontrados na internet, influenciadores e profissionais do ramo que geram conteúdo, sempre mostrando que não precisa de muito para investir.

Considerando apenas a bolsa de valores, houve um aumento de 700%. Em 2018 eram 700 mil pessoas físicas investindo na bolsa brasileira, já em 2022, o número era de 5 milhões.

Voltando aos jovens investidores, segundo a B3, 50% dos investidores pessoa física no Brasil tinham em 2023 entre 25 e 39 anos e a segunda parcela mais representativa somava 22%, entre 19 e 24 anos. Tais fatos se dão pelo desenvolvimento da educação financeira, facilidade para investir, apetite ao risco,

foco no longo prazo (aposentadoria). Isso significa que a minha geração, obteve estímulos para se tornar investidora, passando a se precoupar com a liberdade financeira, aposentadoria e renda complementar. Isso pode ser explicado pelo seguinte dado: de 2017 a 2020, houve um grande aumento no número de pessoas entre 25 e 39 anos investindo. Essa faixa etária representava apenas 28% das pessoas físicas investidoras, em 2017. Já o público mais jovem, é o que está mais crescendo na bolsa de valores, no caso, as crianças e adolescentes. Em 2020, haviam 10 mil investidores com menos de 18 anos e em 2022 esse número aumentou para 30 mil pessoas, um aumento de 200%.

Vale lembrar que não existe idade mínima para começar a investir, o jovem precisa ter o Cadastro de Pessoa Física (CPF). Mas é necessário seja supervisionada por um responsável legal. Sendo assim, o jovem pode abrir uma conta em um banco de investimento ou corretora. No caso da supervisão pelo resposável legal, o adulto deve incluir os seus documentos e uma ficha cadastral assinada por ela para autorizar a abertura da conta ou podendo optar pela abertura de uma conta conjunta. Se o jovem for emancipado, não é necessária a autorização do responsável.

Devido a essa maior democratização do acesso aos investimentos, hoje os jovens já são maioria, em número de pessoas, investindo em ativos de renda variável presentes B3. Estes estão focados principalmente em assegurar o futuro e liberdade financeira. São investidores menos conservadores e que focam no aprendizado e análises para redução dos riscos e alcançar maiores rendimentos, ou seja, a nova safra de investidores está em constante busca por conhecimento e tomadas de decisão com maior naturalidade, mesmo em investimentos considerados de maior risco.

Vale destacar também, que a maior entrada de jovens na B3, modifica a procura por investimentos, como a recente disparada no número de investidores por ETFs e BDRs em 2023. Estes investidores estão descobrindo novos produtos ao longo do tempo e o interesse por ativos como BDRs e ETFs indica que estão buscando oportunidades de diversificação de portfólio, também com ativos de outros países.

O perfil do Jovem investidor tem carteiras compostas por ações de empresas que confiam, fundos de investimento, e que muitas vezes oferecem até variação cambial. Além de fundos imobiliários para ter um rendimento mensal e com uma porcentagem de seu portfólio em renda fixa, ativos mais seguros, reduzindo assim risco de perdas de parte de seu capital.