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Equador vive crise de segurança

O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou que o país passa por um "conflito armado interno"

Internacional
Por Redação
11 de janeiro de 2024 - 13h40
Foto: Reprodução Rede Social

Em meio à crise de segurança nacional causada por ataques, sequestros, execuções e até a invasão de uma emissora de TV durante a exibição de um telejornal, o presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou que o país passa por um “conflito armado interno” na terça-feira (9).

A situação do país latino-americano se deu através de diversos pontos que se acumularam pelos últimos anos e trouxeram o crescimento da violência e de grupos atrelados a cartéis internacionais de drogas, vindos, principalmente, do México, Colômbia e Peru.

Estado de guerra
O Equador está, segundo o presidente Daniel Noboa, em um “estado de guerra” com grupos terroristas que causam motins dentro das prisões e caos fora delas.

Nesta semana, o governo do Equador informou sobre a fuga de Adolfo Macías, conhecido como Fito, líder do Los Choneros, no domingo (7). Na segunda-feira (8), Noboa declarou estado de emergência de 60 dias no país, por conta da fuga de Fito, das rebeliões e de relatos de sequestros de policiais.

O toque de recolher foi imposto, bem como restrições a direitos de reunião, de privacidade de domicílio e de residencia. Forças armadas foram autorizadas a ir para as ruas em apoio ao trabalho da polícia.

Na terça-feira (9), um estúdio de televisão na cidade de Guayaquil, no Equador, foi invadido por criminosos encapuzados e armados que ameaçaram os funcionários durante uma transmissão ao vivo.

A polícia equatoriana informou que as equipes da TV foram retiradas do estúdio e, posteriormente, vários dos suspeitos foram presos. Ainda não existe confirmação se o ataque foi comandado pelo grupo Los Choneros.

Ainda na terça, Fabricio Colón Pico, conhecido como Captán Pico, líder da facção Los Lobos, conseguiu escapar do presídio com explosivos, armas de fogo e pedras.

Cartéis da região
Muito da criação e crescimento dos grupos criminosos que hoje brigam por território no Equador se deu pela atuação do Cartel Sinaloa, de origem mexicana no início dos anos 90, e que é considerado pela ONU como uma das maiores organizações criminosas do mundo.

As atividades do Sinaloa deram origem à gangue Los Choneros, que hoje é uma das gangues mais poderosas do Equador.

Com uma presença muito forte no país, também atua o Cartal de Jalisco Nueva Generación, criado por um ex-integrante do Sinaloa com o objetivo de dominar outras regiões, e dele surgiu a gangue Los Lobos.

Os cartéis, que atuavam principalmente na Colômbia, se viram na necessidade de buscar uma nova região de atuação a partir de 2016, quando houve um acorde de paz assinado entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e encontraram no Equador uma oportunidade de ouro para as atividades criminosas.

A localização geográfica era uma facilitadora para o tráfico:
O Equador é vizinho do Peru e da Colômbia, dois dos maiores produtores da folha de coca do mundo, tem um grande acesso ao mar e ao Canal do Panamá, facilitando as conexões tanto com a América do Norte quanto com a Europa.

Crescimento e recrutamento de jovens

A queda nas vendas do petróleo causou um impacto profundo no Equador, que se encontra em uma crise econômica desde 2017, e quando a pandemia chegou, em 2020, a situação piorou e resultou em um aumento do desemprego e, consequentemente, a queda nas condições de vida.

O crime organizado começa a ter mais facilidade em recrutar os jovens do país, que trouxe mais rigidez no combate ao crime, aumentando a população carcerária e, ciclicamente, fez com que novas facções surgissem e crescessem dentro dos presídios.

*Com informações do G1