As novas ciclofaixas, que foram implantadas nas ruas Barão da Lagoa Dourada e Barão de Miracema, em Campos dos Goytacazes, geraram insatisfação em comerciantes e moradores. Internautas deixaram reclamações nos comentários de matéria do J3News, publicada nas redes sociais, nesta terça-feira (28). (Veja aqui) A equipe de reportagem foi às ruas e ouviu os empresários, que disseram que a retirada do estacionamento no entorno das duas vias está prejudicando o acesso rápido dos clientes aos estabelecimentos.
Segundo o empresário Laércio Lessa, que tem uma loja na rua Barão da Lagoa Dourada, já era difícil conseguir vagas para estacionar veículo quando ainda havia espaços reservados para isso, agora, piorou.
“A primeira dificuldade é com relação a parada aqui próximo ao comércio. Além disso, temos hospital próximo, outros comércios, um supermercado bem movimentado. Tem atrapalhado bastante. Mais cedo ainda presenciamos uma fila de carros parado em local proibido, na frente do comércio e duas motos da guarda pedindo para que retirassem os veículos”, fala.
Mais à frente, na mesma rua, havia um ponto de táxi, que foi retirada após a mudança da sinalização. De acordo com o taxista Sérgio Mauro Cabral, os trabalhadores não foram notificados e ainda não há definição do novo local do ponto. Ele conta que procuraram o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), questionando a situação e foram informados que seriam realocados para a rua Alvarenga Filho, no entanto, segundo o taxista, a postura informou que não haveria essa possibilidade. Os taxistas seguem trabalhando no mesmo lugar, sendo agora proibido, correndo o risco de serem multados.
“Sou taxista nesse ponto há 42 anos e essa situação está nos trazendo grande transtorno. Primeiro, porque os ciclistas não respeitam a ciclofaixa e andam no meio dos carros; além disso, tem duas clínicas, que nós atendemos, e ficam no lado da ciclofaixa. Se parar ali, a multa é em torno de R$ 800,00. Vieram aqui, remanejaram o ponto de táxi, não sei pra onde, porque até agora não sei onde vou trabalhar. A princípio, seria na Alvarenga Filho, agora não sei aonde é mais”, compartilha o taxista.
Já na rua Barão de Miracema, o transtorno é o mesmo, já que os comércios estão com dificuldade de acesso rápido dos clientes, que precisam agora utilizar estacionamento privativo. A empresária Lia Márcia Lima tem uma loja junto ao marido, que conta com um estacionamento particular. Diante da dificuldade dos demais colegas, eles têm cedido o espaço para que os clientes dos outros estabelecimentos possam estacionar.
“Recebemos muita reclamação de pessoas que fazem as suas compras e precisam parar, não estacionar, mas, sim, parar pra pegar mercadoria, e não estão podendo. Eu tenho estacionamento próprio da loja e estou cedendo para o pessoal que está muito prejudicado. Essa faixa de ciclista prejudicou muito, muito mesmo. E é multa se não obedecer”, diz.
A equipe de reportagem solicitou um posicionamento do IMTT quanto a situação dos taxistas, mas ainda não houve resposta.
