O Centro de Especialidades Médicas Dona Alba, em Macaé, oferece atendimento em diversas especialidades pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas deixa a desejar segundo relatos de muitos macaenses. Alguns alegam que podem esperar meses para uma consulta com um médico especialista, ou até mesmo pela realização de simples exames. A equipe de reportagem esteve no local, na manhã desta terça-feira (26) e ouviu diversas reclamações.
Ubiratan da Conceição está desde 2019 fazendo diversos exames no olho direito, mas não consegue iniciar o tratamento correto porque os médicos não descobriram o que realmente ele tem. Ele declara que já precisou sair da cidade e ir até Campos dos Goytacazes para ser consultado. Já há tanto tempo passando pelo problema, teme pela cegueira, já que ele diz estar a cada dia tendo mais dificuldade em enxergar do olho direito.
“Sigo fazendo exames aqui em Macaé e não consigo descobrir o que tenho até hoje. Vim aqui no Centro de Especialidades para decidir onde vou procurar. Conheço pessoas que já fizeram vários tipos de exames e cirurgias e eu ainda não consegui, estou nessa luta desde 2019. Meus exames perdem a validade e eu tenho que fazer tudo de novo, estou vivendo com uma vista só e com medo de perdê-la realmente.”
Zeli Ribeiro da Silva diz que está buscando médico cardiologista desde o mês de fevereiro. As suas receitas não valem mais e ela não consegue trocar o seu medicamento de uso contínuo.
“Estou esperando um cardiologista desde fevereiro, e eles ainda estão atendendo pessoas de dezembro do ano passado. Eu fui a um médico hoje e estou dependendo de um exame para me passarem um novo medicamento e não consigo. Eu não tenho dinheiro para pagar uma consulta particular e eles falam que tenho que esperar na fila, estou há meses aguardando.”
O mesmo acontece com Clenildo Monteiro França. Segundo ele, o médico pneumologista não atende mais de quatro pacientes no dia de consulta. Por isso, ele denuncia que está com a receita vencida e sem conseguir marcação. Além de não conseguir pegar os medicamentos na farmácia municipal, ele também reclama do que classificou como “péssimo atendimento” no Centro de Especialidades Médicas Dona Alba.
“A gente chega aqui no Centro, às vezes, antes das seis da manhã para marcar a ficha e na nossa vez dizem que não tem mais marcação. Dizem que o médico atende de quatro a cinco pessoas e eu não consigo meu exame. Estou com uma receita velha e na farmácia não aceita mais, pois já está vencida. Faço tratamento com pneumologista há sete anos e sempre vivendo dessa forma”.
Roberta Albuquerque de Oliveira enfrenta problemas na coluna. Ela foi diagnosticada com uma doença degenerativa, além de fibromialgia e ansiedade. Com laudos de três médicos especialistas confirmando a doença, ela necessita de um medicamento chamado Pregabalina que, segundo ela, não tem na rede municipal.
“Eu sou portadora de doença degenerativa e não consigo fazer o cadastro para poder pegar medicação especial. Tenho laudo de três médicos prescrevendo a medicação e não consigo. A situação só vem se agravando, é um desespero, alguém precisa fazer algo”.
A equipe de reportagem fez contato com a Prefeitura de Macaé, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.