Por já ter sido pioneira em muitas coisas, como a primeira cidade a ter luz elétrica na América Latina, por exemplo, e ao mesmo tempo ter deixado escapar uma série de oportunidades, dizem que Campos é uma cidade que precisa ser estudada. Essa observação pode estar até correta e isso pode estar acontecendo, a partir do momento que é reconhecida como um polo universitário com mais de 25 mil estudantes.
Fato é que problemas estruturais da própria cidade dificultam e, em alguns casos, inviabilizam o ingresso de estudantes nas universidades locais. Um desses pontos é a precariedade do transporte público. Principalmente para aqueles que vivem em distritos distantes da área central, é necessário travar uma luta diária para chegar às instituições de ensino superior. Outra questão sensível apontada pelos próprios discentes é a segurança no entorno desses locais de aprendizagem e qualificação profissional. Falta policiamento e iluminação pública.
Até porque são poucas as cidades do interior do país que contam com essa infraestrutura universitária, com unidades públicas e particulares. Dados do Fórum Interinstitucional de Dirigentes do Ensino Superior de Campos (Fidesc) mostram, sem margem de erro, essa quantidade de universitários em Campos, e destacam ainda mais de 30 programas de mestrado e doutorado. Isso reflete na economia local desde o mercado imobiliário até bens e serviços.
Lembrar que há 30 anos a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) era criada, e, neste momento, se fez o caminho inverso. Até então, centenas de jovens de Campos iam todos os anos para outras cidades fazer cursos superiores. Agora, a cidade recebe centenas de universitários todos os anos de vários estados brasileiros.
Esse polo universitário, maior do que a população de muitas cidades da região, mostra o real tamanho de Campos. Na cidade que deveria ser estudada, facilitar o acesso às universidades, com melhoria da infraestrutura local, é uma lição a ser aprendida.
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