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Pelinca segue onda de baderna

Casos registrados em vídeo viralizam nas redes e vão das brigas aos assassinatos

Geral
Por Josué Amador
28 de agosto de 2023 - 5h04

O ataque ao fotógrafo Igor Gomes, de 27 anos, agredido com um soco no rosto em um bar na Avenida Pelinca, reaqueceu a discussão sobre a onda de violência na região. Nos últimos meses, vários outros casos foram noticiados e têm deixado moradores e frequentadores preocupados.

Na madrugada do dia 19 de agosto, Gomes foi atacado e teve fratura do osso zigomático direito. O fotógrafo se recorda que, quando se dirigia ao banheiro, no segundo andar do estabelecimento, teria visto três pessoas e se lembra apenas de ter cumprimentado a mulher do grupo, logo depois estava sendo socorrido por conhecidos que estavam no local.

“Na hora do soco, eu fiquei completamente desacordado. Ela [uma conhecida] disse que quando me viu já estava me socorrendo, e levando para casa. Eu sou candomblecista, por isso, amigos comentaram que foi intolerância religiosa e o fato de eu ser gay. Achei estranho por se tratar de um ambiente simpatizante […] Mas já sei de uma mulher que foi a ‘causa’ desse acontecimento”, declara.

O caso foi registrado na 134ª DP (Centro). No entanto, em um comunicado enviado à imprensa, a delegada Natália Patrão informou que “não há qualquer indício, até o momento, indicando, nem minimamente, que a agressão esteja relacionada à homofobia. Embora sejam apenas conjecturas superficiais e desprovidas de comprovação, há especulações de que o motivo por trás da agressão possa estar associado a questões de ordem espiritual”. A polícia Civil segue com as investigações para identificar o agressor.

Outros casos
No dia 30 de abril, o vídeo de uma briga na esquina das ruas Mariano de Brito e Ari Barroso viralizou na internet. As imagens, com pouco mais de 40 segundos, mostram um homem apanhando de, pelo menos, outras cinco pessoas. Ele cai no chão e continua recebendo chutes de um dos agressores, enquanto os demais vão embora. Também é possível ouvir ao fundo barulhos que os moradores dizem ser rotina durante a noite.

Já no dia 29 de julho, pelo menos três homens se envolveram em uma briga na Av. Pelinca, em frente a um bar. Um deles caiu e continuou sendo agredido com chutes. Uma mesa também foi usada para atingir o homem, que tenta fugir, mas cambaleia e cai novamente.

Em 2022, outro caso que chocou a cidade aconteceu no dia 29 de outubro, quando uma adolescente de 12 anos e um homem, 37, morreram a tiros durante a comemoração da vitória do Flamengo contra o Athletico Paranaense pela Copa Libertadores da América, também na Av. Pelinca. O homem de 37 anos morreu no local. A menina foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para o Hospital Ferreira Machado, mas não resistiu aos ferimentos.

Policiamento
Segundo a Polícia Militar (PM), há equipes em viaturas e motopatrulhas na região da Pelinca para realizar abordagens e patrulhamento noturno, ostensivo e estratégico. Em nota a PM destaca que ‘tem realizado constantes alinhamentos com a Secretaria de Ordem Pública e reforça que a fiscalização e o ordenamento são conduzidos pela pasta, em parceria com outras forças públicas, como a Polícia Militar e a Guarda Municipal’.
De acordo com o comando da unidade, “o policiamento ostensivo conta também com o apoio de equipes do Segurança Presente. Sobre o acionamento das equipes, a unidade informa que o direcionamento das guarnições obedece às ordens de chamado e às prioridades relacionadas à natureza das ocorrências. […] Vale ressaltar que os registros das ações em delegacias são fundamentais para a efetividade da estratégia de segurança pública no município”, diz.