O Grupo Terapeutico do Plano de Saúde ASES, do Grupo IMNE, promoveu, nesta quarta-feira (16), uma palestra com o tema “As tecnologias, o envelhecimento e qualidade de vida”, no auditório do Hospital Dr. Beda 2, no Centro de Campos. As responsáveis por trabalhar o tema foram a enfermeira Ana Paula Karl, a psicóloga Alessandra Machado e a administradora Cristina Zaccaro, que é a supervisora do projeto de prevenção do ASES. O evento também contou com a participação do Dr. Gustavo Drumond, coordenador de projetos.
Este é o 13º encontro realizado pelo projeto nesta temporada e os resultados têm sido notórios, conforme explica a supervisora Cristina Zaccaro. Para ela, as tecnologias precisam ser apresentadas aos mais idosos, para que consigam se adaptar à realidade atual, e aos jovens para terem cuidado com o abuso e dependência virtual.
“Em cada encontro, abordamos temas diferentes, junto com dinâmicas, acompanhados pela psicóloga Alessandra Machado, que faz parte já do projeto há mais de 10 anos. E a gente vem observando diferença nos próprios pacientes ao longo do tempo, como eles estão evoluindo e estão gostando. O foco está sendo em cima da qualidade de vida, porque muitas das vezes a gente deixa de fazer atividade física, ter uma alimentação mais saudável e se esquece que isso ajuda muito na qualidade de vida. E o trabalho que a gente tem é todo nesse aspecto”, explicou a supervisora.
Para a psicóloga Alessandra Machado, é importante promover a inclusão digital dos idosos, pois eles conseguem ver e conversar com parentes distantes, por exemplo. Ela lembra que a pandemia acelerou o processo de comunicação pelos meios digitais, mas ressalta que a mesma tecnologia que aproxima quem está distante, por vezes, afasta familiares que moram na mesma casa. Equilíbrio, segundo ela, é palavra-chave para uma vida emocionalmente saudável na terceira idade.
“A gente sabe que a maior doença da terceira idade não é física, mas emocional – que é a solidão. Porque os filhos não têm tempo, os netos estão acelerados na tecnologia, realmente não têm tempo nem de ensiná-los. Então, fica muito difícil eles terem alguém para ajudá-los. Eu acho que o projeto entra nesse espaço que fica vazio para poder ajudar-los. Eles se sentem muito acolhidos aqui, em todas as reuniões, porque aqui eles formaram um grupo”, disse Machado.
A enfermeira Ana Paula Karl destacou que os profissionais de saúde também devem estar atentos às evoluções tecnológicas para oferecerem o melhor atendimento e condições de tratamento aos seus pacientes. Ela também destacou que o grupo terapêutico busca prevenir e ajudar na recuperação de uma boa saúde.
“Muitos envelhecem de forma que não é saudável, então o grupo terapêutico está aqui com esse objetivo de trazer eles para a recuperação dessa saúde, de forma a praticar atividades físicas, por exemplo, e para isso eles precisam ter ajuda no acesso às tecnologias existentes também”, disse.
Para o coordenador do projeto, Dr. Gustavo Drumond, é importante que os mais jovens ajudem e ensinem aos idosos a boa utilização de ferramentas de pesquisas, por exemplo, para que estes não sejam enganados com informações distorcidas sobre a saúde. Para ele, mesmo que alguém faça uma pesquisa na internet e obtenha alguma resposta geral, é necessário consultar um médico especialista no assunto. Drumond ainda deu conselhos para os jovens de hoje se tornarem idosos saudáveis amanhã.
“Primeiro, é usar a tecnologia a favor. Eu acho que a questão da tecnologia acaba que nos deixa mais preguiçosos. É tudo eletrônico, é tudo na mão da gente, nem para levantar para trocar o canal da televisão é preciso mais. Então [o conselho] é que faça exercício, não fume, não beba, se alimente bem e tenha um controle adequado do peso corporal”, enfatizou Drumond.
Sebastião Moacir Tolomei, de 72 anos, é um dos beneficiados com o projeto. Ele confessou que, apesar de inscrito, não comparecia aos encontros. Mas, ao perceber melhoras na vida da esposa, decidiu começar a frequentar e têm gostado muito. Tolomei diz ter uma relação saudável com as tecnologias de comunicação, como redes sociais.
“Nas redes sociais, a gente vê um amigo, sabe onde está, sabe dos aniversários das pessoas, manda felicidades, pergunta como está. No WhatsApp, também temos um grupo da família, onde cada um se comunica, pergunta como está, manda um retrato de onde está, a gente faz uma brincadeira também. Mas não sou muito de ficar olhando o Facebook o dia inteiro. Eu olho mesmo os anúncios que faço, porque eu trabalho com venda de carro e anuncio lá”, disse.
Já Marta Suely Madureira, 61, disse que se sente honrada em participar do projeto e aprender sobre temas que considera importante para o seu dia a dia.
“Sem esse projeto, eu não estaria assim, continuando. Ele me salvou, me deu muita força. Não só para mim, mas para os outros também. Eu me sinto muito honrada, porque ele está me ajudando demais. Eu aprendo muita coisa, aqui. A tecnologia e as coisas que vêm são muito boas para mim e coloco tudo em prática, porque é importante praticar. Mesmo que outras as pessoas não entendam, mas a gente mostra aquilo que está aqui dentro do nosso coração. A gente tem que mostrar para todo mundo”, declarou.
Esta foi a penúltima palestra desta temporada do projeto, mas os encontros são contínuos sempre trabalhando com prevenção e promoção de uma vida mais saudável.