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Juiz termina de ouvir testemunhas do caso Letycia Fonseca; réus ainda prestarão depoimento

A vítima, que estava grávida de 8 meses, foi baleada cinco vezes por volta das 21h do dia 2 de março

Geral
Por Redação
12 de julho de 2023 - 16h11

O juiz da 1ª Vara Criminal de Campos, Adones Henrique Silva Ambrósio Vieira, encerrou, nesta quarta-feira (12), a oitiva das testemunhas do homicídio do Letycia Fonseca, que estava grávida de 8 meses, ocorrido em março deste ano, no Parque Aurora, em Campos. Ao todo, 20 pessoas foram ouvidas em dois dia de audiência. Nesta quarta, apenas uma pessoa foi ouvida.

O pai da criança, Diogo Viola de Nadai, de 40 anos, foi denunciado como mandante do crime. Outros três homens também são réus no processo. Eles, que permanecem presos, serão ouvidas em outro dia.

Trata-se da primeira fase do julgamento, na qual o juiz irá verificar se aceita as acusações feitas contra as pessoas acusadas e, em caso positivo, encaminhar o processo para julgamento no Tribunal do Júri. Anteriormente 50 pessoas chegaram arroladas no processo, mas, nesta quarta, a defesa dispensou parte das que haviam sido indicadas.

Para terminar essa parte do processo, o juiz irá ouvir, ainda, os réus, que irão se pronunciar após a chegada do resultado de um perícia, ainda pendente de ser concluída. Ainda não há nova data para audiência.

Caso o juiz do caso considere que há provas suficientes sobre a autoria e materialidade do crime, uma nova audiência será realizada no Tribunal do Juri, órgão do poder judiciário que tem a competência para julgar os crimes dolosos, ou intencionais, contra a vida. Além de um juiz presidente, ele é composto por vinte e cinco jurados, dos quais sete serão sorteados para compor o conselho de sentença. Eles terão o encargo de afirmar ou negar a existência do fato criminoso atribuído a uma pessoa.

Na primeira parte da audiência, 19 pessoas foram ouvidas

No dia 18 de maio, por volta das 13h40, a primeira testemunha, Cintia Fonseca, mãe da vítima, começou a ser ouvida. A promotoria realizou perguntas sobre a relação entre Letycia e Diogo. A mãe informou que havia problemas e que vítima reclamava de que o réu dificultava o relacionamento dela com os pais dele. A testemunha disse, ainda, que Letycia afirmava que Diogo estava separado da esposa. Durante o depoimento, Cintia começou a chorar ao relatar o momento em que a filha fora assassinada, e de como tentou socorrê-la.

Amigos e familiares afirmaram que relacionamento entre vítima e réu causava incômodo e que desentendimentos entre o casal eram constantes. Outro ponto comum dos depoimento é em relação ao comportamento de Diogo após o crime. Segundo testemunhas, réu agiu com indiferença e costumava ter informações sobre o crime mesmo antes de conversar com quem estava no local. Também foi mencionado que Diogo tinha dívidas e que tinha hábito de praticar jogo de aposta.

Após o depoimento da mãe da vítima, os réus entraram na sala de audiência. A delegada responsável pela investigação, Natália Patrão, foi ouvida em seguida. Policiais que participaram da investigação e outras testemunhas que tiveram contato com os réus foram ouvidos.

A esposa de Diogo, Erika Nadai, foi ouvida. Ela reconheceu que mentiu no primeiro depoimento à polícia e disse que foi a pedido de Diogo, mas que, quando soube da gravidade do caso, realizou um depoimento verdadeiro. Erika disse ainda que Diogo mentia sobre fazer um tratamento contra depressão e já deu entrada no processo de divórcio.

Ivonete Ribeiro, que trabalhava como empregada na casa de Erika e Diogo, defendeu o réu. Disse que Diogo era uma pessoal comum e que relacionamento com sua esposa era normal. Diogo chorou durante o depoimento de Ivonete. A audiência terminou pouco depois das 19h.

Crime ocorreu em março de 2023

Letycia Peixoto Fonseca foi baleada cinco vezes por volta das 21h do dia 2 de março. Uma câmera de segurança filmou a ação dos bandidos. No momento do crime, a vítima estava em um Volkswagen Gol branco pertencente à empresa na qual trabalhava como engenheira de produção, estacionado em frente à casa da tia. O veículo estava parado na frente da residência de familiares da gestante e havia uma segunda pessoa no banco do carona.

O vídeo mostra o momento em que Letycia é surpreendida por dois homens em uma moto, que abriram fogo. Ela foi atingida por um tiro na face, dois no tórax, um no ombro e um na mão esquerda. A mãe da vítima, que estava fora do veículo, ainda tentou segurar a moto, foi baleada na perna esquerda e acabou caindo.

As duas foram socorridas por um tio da vítima e levadas para o Hospital Ferreira Machado (HFM). A mãe de Letycia passou foi atendida, submetida a exames e teve alta. A gestante, no entanto, não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu na unidade. O bebê, do sexo masculino, nasceu de 30 semanas, pesando 1,7 kg, após uma cesariana de emergência.

A criança foi encaminhada para o hospital da Beneficência Portuguesa, onde deu entrada na UTI Neonatal às 22h. O menino faleceu às 8h da manhã de sexta (3), em consequência de insuficiência respiratória e distúrbio cardiovascular.

A segunda ocupante do veículo no momento do crime era uma tia-avó, de 50 anos, que tem síndrome de Down e Letycia deixava em casa após um passeio de carro para acalmá-la. Ela não se feriu.