×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

HIV que volta a assustar

.

Opinião
Por Editorial
4 de junho de 2023 - 0h01
Associação Irmãos da Solidariedade (Foto: Silvana Rust)

Há 40 anos, quando o mundo percebeu que vivia uma epidemia da Aids, o compositor Caetano Veloso, ativista de diversas causas, escreveu: “só um genocida em potencial, de batida, terno ou avental, pode fingir que não vê, que todos sendo vítimas em potencial, estão na obrigação de liderar um movimento para deter a disseminação do HIV”. Alertava que essa deveria ser uma pauta permanente de todo o mundo contra a doença.

A reportagem especial desta edição, a partir das estatísticas da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde / Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP), mostra que a doença volta a assustar, e que o número de casos e mortes em Campos, provocado pelo vírus, está acima da média nacional, concluindo que existe um descuidado com os protocolos de prevenção, e até tratamento desta doença cuja vacina até hoje o mundo persegue.

Com o chamado coquetel de medicamentos, pessoas soropositivas conseguem conviver com a doença sem perder qualidade de vida. O Brasil foi exemplo mundial, quebrando as patentes dessas drogas e disponibilizando-as através do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Ministério da Saúde, mais de um milhão de pessoas convivem com o vírus HIV no Brasil e que pelo menos 300 mil pessoas estão infectadas e não sabem, por não terem sido testadas.

Em Campos, os números mostram que a situação é preocupante e algo tem que ser feito. Acredita-se que, com o sucesso do tratamento, muitas pessoas relaxaram com os protocolos de prevenção, como, por exemplo, as relações sexuais sem o uso de preservativo. É bom lembrar que não existem mais grupos de riscos, como no começo, e todos estão expostos caso não sejam observados esses protocolos de prevenção.

O município conta com o eficiente Programa DST/Aids e Hepatites Virais com serviço de testagem para HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (Ists) e a assistência médica e educação em saúde. Ao mesmo tempo, conta com um hemocentro de excelência, zerando a possibilidade da transmissão ser feita através de transfusão de sangue. Então, temos que focar na prevenção, principalmente entre os jovens. O mundo já encontrou uma forma de evitar sua letalidade, desde que o tratamento seja feito. Avançamos muito para que ocorra esse recuo insano.