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Bronquiolite: doença atinge principalmente crianças

Em casos mais graves, a enfermidade pode levar à internação na Unidade de Terapia Intensiva

Saúde
Por Kamilla Póvoa
17 de abril de 2023 - 0h07
Chiado no peito e dificuldade de respirar são sinais de alerta (imagem: Divulgação)

Durante os primeiros anos de vida de uma criança, qualquer doença é motivo de preocupação para os pais, principalmente as que afetam o sistema respiratório, causando muito choro e incômodo ao bebê. Entre elas está a bronquiolite, que é mais comum no outono/inverno devido à mudança climática e acaba afetando mais a faixa etária infantil. Em alguns casos, a enfermidade pode se apresentar de forma grave, levando, inclusive, à internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A pediatra neonatologista Mariana Berlink explica que a bronquiolite aguda é, na maior parte das vezes, causada pelos vírus respiratórios. O principal deles é o vírus sincicial respiratório. Outros vírus também podem causar este quadro, como: adenovírus, parainfluenza, influenza, rinovírus, entre outros.

“A bronquiolite é um quadro obstrutivo de vias aéreas inferiores, de calibre muito pequeno, geralmente precedido por um resfriado comum, com coriza, tosse e febre. Muitos adultos e crianças mais velhas que estão resfriados podem ser portadores desses vírus. Porém, as crianças mais novas (menores de um ano), os prematuros, os portadores de doenças cardíacas ou de doença pulmonar crônica (broncodisplasia), os imunodeficientes, e os bebês que nascem com baixo peso estão no grupo daqueles que possuem maior risco de desenvolver quadros mais graves, que necessitam de internação, por vezes, em UTI”, explicou.
Sintomas

Pediatra Mariana Berlink explica que bebês são mais suscetíveis (imagem: Divulgação)

A médica esclarece que o quadro se inicia como um resfriado, com obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa das mamadas e irritabilidade de intensidade variável. Em um ou dois dias, o quadro evolui para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado/chio de peito). Por vezes, pode haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias.

“É uma doença sazonal, e a incidência é maior durante este período de outono e inverno. Por causa do alto grau de contágio, há riscos maiores em crianças que frequentam creche e escolinhas”, falou.

Diagnóstico e tratamento

Mariana Berlink explica que o diagnóstico da bronquiolite viral aguda deve ser estabelecido dentro de bases clínicas. “Não existe nenhum tratamento específico para bronquiolite. Na maioria dos casos, especialmente das crianças sem fatores de risco, a evolução do quadro é benigna, sem necessidade de tratamento medicamentoso. Nos casos em que há necessidade de algum tipo de intervenção, a maior parte pode ser feita em casa, com acompanhamento da febre, observação do padrão respiratório e cuidados para manter o estado do bebê em termos de hidratação e nutrição em níveis adequados”.

Já em casos mais graves, ela explica que a internação é necessária para que se possa ofertar oxigênio aos pacientes e que há situações em que os doentes também podem se beneficiar com o uso de uma inalação especial. E que também há admissão em UTI para o suporte ventilatório adequado, o que pode ocorrer em até 15% das crianças internadas.

Prevenção

A melhor maneira de proteger o bebê da bronquiolite, segundo a pediatra, é mantê-lo longe do vírus que a causa. “O segredo é a prevenção! Medidas simples e eficazes nos cuidados de bebês, especialmente nos menores de um ano de vida e naqueles com fatores de risco, podem protegê-los dos quadros de bronquiolite. Por isso, é recomendável evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, principalmente antes de tocar os bebês. Também se sugere fugir de aglomerações, promover a amamentação e evitar o tabagismo passivo. Finalmente, deve-se buscar o acompanhamento pediátrico para monitorar o crescimento, a introdução adequada da alimentação e o cumprimento do calendário de vacinação”, enfatizou Mariana Berlink.

A médica reforça ainda que é fundamental ficar atento quando um bebê se resfriar. “Nessas ocasiões, o pediatra precisa ser consultado para repassar suas orientações. Em casos de tosse persistente, dificuldade para respirar, respiração rápida e sonolência, a criança deve ser levada para a avaliação médica imediatamente”, finalizou.