Quando se fala em comemorar o aniversário de Campos dos Goytacazes paira no ar sempre a dúvida de que números, em forma de velas, devam ser colocados sobre o bolo para cantar o “parabéns”.
A reportagem especial desta edição (aqui), assinada pela jornalista Clícia Cruz, revisita o assunto, ou melhor, a polêmica, embaralhando as datas que deveriam estar na certidão de nascimento da cidade.
Oficialmente, Campos comemora no dia 28 de março, 188 anos, mas há controvérsias. Com 188, Campos seria um pouquinho mais velha que sua principal livraria e bem mais nova que sua Câmara de Vereadores.
Historiadores e memoristas batem cabeças sobre datas e fatos. Para alguns, Campos teria 349 anos, com a contagem a partir da criação da Freguesia. Isso nos remeteria ao ano de 1674, mas existem outros fatos que nos levam a 1652 e 1653 e na sequência 1677 e finalmente a 1835.
Com todos esses números, até hoje, historicamente, a conta não fecha. Em uma analogia, a cidade parece uma pessoa que nasceu em um ano e foi registrada no cartório séculos depois, sem retroagir aos anos anteriores em que já existia.
Oficialmente, leva-se em conta a data em que Campos deixou de ser Vila de São Salvador para se tornar cidade. Outras cidades não seguiram esse critério, optando por uma contagem desde o início do primeiro núcleo de convivência. Acender a vela do bolo para comemorar o aniversário de Campos é acender a polêmica. Tem sido assim há muitos e muitos anos. Talvez séculos.