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Falta de acesso à internet prejudica a educação no Estado

Levantamento aponta que 21% dos estudantes da rede pública estão em escolas sem acesso à internet de banda larga

Educação
Por ASCOM
31 de agosto de 2022 - 17h22
(Foto: Divulgação)

A educação é o passaporte para um futuro melhor – disso, ninguém duvida. Mas existe um abismo a ser superado com urgência nos municípios da região: a exclusão digital. Ela afeta a vida de milhares de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

Segundo um levantamento feito pelo Instituto Locomotiva a partir do Censo Escolar, 21% dos estudantes matriculados na rede pública de educação básica estão em escolas sem acesso à internet de banda larga. No ensino médio, uma em cada quatro escolas não tem internet para ensino e aprendizagem- um quadro preocupante num mundo onde a conexão se tornou essencial para a qualificação e geração de empregos.

O problema vai além das salas de aula. Durante a pandemia, muitos estudantes não tiveram condições de acompanhar as aulas online por não contarem com internet em casa. O alto custo de um pacote comercial e a falta de uma política pública de inclusão digital tornou o serviço inacessível para as famílias, principalmente das classes C, D e E.

As consequências foram devastadoras: um levantamento da organização Todos pela Educação, divulgado em fevereiro deste ano, indica que o número de crianças entre 6 e 7 anos que não sabia ler ou escrever saltou de 25,1% em 2019 para 40,8% em 2021.

Soluções viáveis
Para Marcelo Saldanha, presidente do Instituto Bem-Estar Brasil (IBEBrasil), o primeiro passo para diminuir esse abismo é universalizar o acesso à internet, garantindo que a infraestrutura chegue às escolas.

“À medida em que se garanta acesso a todos, devem existir também políticas de capacitação, com letramento digital. Como estamos num país de muitas desigualdades, precisamos de um arranjo de políticas que prepare os profissionais de educação para lidar com as novas tecnologias e, que a partir daí, haja um processo de transferência desse conhecimento para os alunos e alunas”, opina Saldanha.

Para Tezeu Bezerra, diretor do Sindipetro-NF, a Petrobrás tem um papel fundamental neste processo, pelo relevante papel social que ocupa no estado. Em sua opinião, a maior companhia petrolífera do país precisa voltar a ser parceira em projetos como o MOVA-Brasil, desenvolvido em parceria com o Instituto Paulo Freire, Sindipetro-NF e Federação Única dos Petroleiros (FUP). De 2003 a 2015, o projeto alfabetizou mais de 200 mil adultos.

“Nós defendemos não apenas que o projeto volte a ser realizado, mas que também seja expandido para a inclusão digital e cursos profissionalizantes, com a Petrobrás voltando a ter uma participação importante na educação”, diz Tezeu, citando também a importância do retorno do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que formou milhares de trabalhadores para atuar nos estaleiros e plataformas do Estado.

Fonte: Ascom