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Delegado classifica morte de criança em Itaocara como “crime bárbaro e covarde”

Gabriel da Silva dos Santos Ferreira e Vitória Carvalho Borges Barria, pai e mãe do bebê, respectivamente, foram presos nesta terça

Polícia
Por Redação
26 de julho de 2022 - 13h17
Carlos Augusto Guimarães da Silva (Foto: Silvana Rust)

Em entrevista coletiva realizada na Região Integrada de Segurança Pública (RISP), em Campos, o Delegado titular da 135ª Delegacia Policial (DP), em Itaocara, Carlos Augusto Guimarães da Silva detalhou o caso de uma criança de três meses que morreu com diversas fraturas no corpo decorrente de agressões. O pai, Gabriel da Silva dos Santos Ferreira, e a mãe do bebê, Vitória Carvalho Borges Barria, foram presos. O suspeito de espancar a criança é o pai. O delegado classificou o caso como “bárbaro e covarde”.

A morte aconteceu na sexta-feira (22) no Noroeste Fluminense, a criança chegou morta no hospital e o médico que fez o atendimento suspeitou da causa da morte e encaminhou o caso para as autoridades policiais. Após investigação feita durante os últimos dias, os agentes descobriram que a criança estava com diversas lesões corporais avançadas causada por agressões, o que caracteriza Síndrome de Silvermann (criança espancada).

Segundo o delegado, durante o depoimento, o pai, que é o principal suspeito, negou as agressões e afirmou que a criança sofria de ossos de vidro.

“O pai alegou que as lesões eram decorrentes de uma patologia chamada ossos de vidro, a investigação mostra que essas lesões já vinham ocorrendo a um certo tempo e não vinham de doenças. Qualquer pessoa leiga que visse a foto das criança espancada viria manchas e inchaços típico de lesões”, contou.

Mãe denunciada por omissão
Na coletiva o delegado também afirmou que a mãe viu um inchaço no pé da criança e a levou em um ortopedista no dia 30 de junho, na consulta foi constatada uma fratura na tíbia, dias depois ela retornou ao hospital com o mesmo médico e foi descoberta uma fratura no fêmur.

Para o agente, isso confirmou a tese da Polícia de que a criança era espancada.

“Isso só corroborou nossa tese de que a criança foi espancada e mal-tratada durante esse período, por um, ou por ambos os pais. As manchas não eram proveniente de doenças e sim de agressões”, revela.

O ortopedista que realizou o atendimento foi escutado pelos policiais. Ele contou que recomendou a mãe da criança para imobilizá-la e que o pedido não foi atendido. Segundo o médico, essa atitude teria contribuído para a recuperação do bebê.

Diante desses fatos, a mulher foi denunciada por omissão, por não procurar os órgãos criminais e por não exercer os cuidados médicos.

“Indagamos a ela sobre isso, em um primeiro momento ela falou que estava juntando dinheiro para realizar os procedimentos, hoje, no momento da prisão, ela apareceu com uma versão diferente. Segundo a mulher, ela era dominada psicologicamente pelo companheiro”, concluiu o delegado.

Recentemente a criança foi atendida em uma unidade hospitalar de Itaperuna, o hospital suspeitou das lesões e encaminhou o caso para o Conselho Tutelar do município, não se sabe como está essa investigação.

Outros médicos que fizeram atendimento da criança foram escutados pela Polícia Civil, e todos afirmaram que o bebê era agredido, porém, ninguém denunciou anteriormente.

Segundo testemunhas, homem tem comportamento agressivo
Na coletiva, o delegado também revelou que diversas testemunhas afirmaram que Gabriel da Silva tem perfil agressivo e violento, e que proibia que parentes da companheira se aproximarem da criança. As testemunhas também contaram nas investigações que Vitória confidenciava que as lesões no bebê só apareciam quando ele ficava sozinho com o homem.

Carlos Augusto também afirmou que o provável agressor tem um filho de outro relacionamento, a mãe da criança de 3 anos contou aos policiais que o menino tem medo do pai.

Os pais da criança foram autuados por homicídio qualificado (artigo 121, parágrafos segundo, I, III, IX, segundo-B, II e quarto do CP conforme nova redação dada pela Lei Henry Borel).

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