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Bang-bang na Planície

Curta-metragem "Faroeste Cabrunco" será lançado em março na Internet, mas equipe busca apoio para exibi-lo nos cinemas

Cultura
Por Redação
6 de fevereiro de 2022 - 0h01
Cenas gravadas na Praça São Salvador (Fotos: Keven Oliveira)

A partir de março, as telas e os brasileiros vão conhecer o filme campista “Faroeste Cabrunco”, gravado em três dias, no quente verão de janeiro, na cidade. O curta de 10 minutos é estrelado pelo ator campista consagrado nacionalmente, Tonico Pereira, e elenco tipicamente campista. A ficha técnica também é composta por profissionais locais, e mais três do Rio de Janeiro. O filme saiu do papel e vai virar película graças ao recurso de R$ 9 mil da Lei Aldir Blanc de incentivo à cultura.

Diretor e produtor Victor VanRalse

Atualmente, o filme está na fase de pós-produção. “Estamos montando as cenas. Depois entraremos na edição de som, construção da trilha sonora que está sendo produzida por nós e, por último, os créditos”, conta o diretor e produtor Victor VanRalse.

A estreia nas telas acontece em março, por meio da Internet. No dia 10, o curta será exibido no Teatro Municipal Trianon, que tem capacidade para quase mil pessoas. A direção busca parceria e patrocínios para exibir “Faroeste Cabrunco” nos cinemas privados de Campos.

De acordo com Victor, o público vai assistir primeiro um bônus de 50 minutos, um documentário que contará a história de como o filme foi concebido. Em seguida, será a exibição do curta que tem 10 minutos. Para tudo isso, foi necessária uma produção de 15 horas de imagens, divididas em três dias.

Tonico Pereira integra o elenco

Como tudo começou
O roteiro de “Faroeste Cabrunco” começou a ser escrito no início de 2020, nos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus. Victor já era apaixonado por filmes de “Western” desde criança e quis estudar para trabalhar com cinema.

“Trabalhando em home office, voltei a escrever com um grupo de amigos em um ambiente que chamamos de sala de roteiro e formamos o Grupo Trama. Tive a ideia de fazer um filme de faroeste porque acho que a cidade tem um Q de faroeste desde a época dos índios Goytacá. Dentro dos roteiros, tinha este: o povo de uma cidade que se vê oprimido pelo poder local e se junta para voltar a mandar na própria cidade. No meio desta criação, veio a notícia do edital da Fundação Municipal de Cultura (Funcultura)”, disse.

Duelo | Tonico Pereira (General) e Renato
Filho (Peregrino) se enfrentam na trama

Gravações
As gravações aconteceram na Praça São Salvador, no Haras Kaikai, em Martins Lage; e no Mosteiro São Bento, em Mussurepe. As datas foram afinadas de modo a satisfazer o tempo livre de todos. O filme reúne 30 atores e 20 técnicos. Destes, três profissionais vieram do Rio de Janeiro, pois não havia especialistas em Campos nas áreas de assistência de direção, controle de som e designer/making off. Além disso, Tonico Pereira, apesar de campista, também veio do Rio de Janeiro. “Contactamos ele meses antes do início da gravação. Ele pediu o roteiro para avaliar, aprovou e depois aceitou o convite de gravar conosco. Afinamos as datas e foi um sucesso. Sempre admirei ele como ator e tê-lo em um filme campista é uma grande honra, não só porque ele é campista, mas por ser um grande ator”, elogia Victor.

Bastidores
A equipe do filme se desdobrou para cumprir a agenda de três dias. Para eles, o calor tornou os momentos no set de filmagem exaustivos, mas não o suficiente para desanimar a equipe de trabalho.

“Todos estavam muito felizes, empolgados e deram, de fato, o sangue pelo trabalho. Com exceção de Tonico, os outros envolvidos não receberam cachês. Foi tudo na base do amor pelo trabalho. Ainda estamos buscando apoios e, se conseguirmos, vamos pagar pelo trabalho que cada um executou. Viramos quase uma família nesses dias intensos de gravação. Acordávamos às 4h da manhã e gravávamos até as 19h. Tínhamos que aproveitar a luz natural para as filmagens, já que não tínhamos recursos para alugar iluminação. No decorrer do trabalho brincávamos que nosso próximo filme seria gravado no inverno para não sofrermos com os perrengues do sol”, lembra Victor VanRalse.