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Ceam vai se chamar Mercedes Baptista em homenagem ao centenário da campista

Mercedes Baptista foi a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Geral
Por Redação
17 de setembro de 2021 - 18h37
Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam)

O Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), que será inaugurado na próxima quarta-feira (22), às 18h, vai se chamar Mercedes Baptista, uma homenagem à campista, primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1948, e foi a responsável pela criação do balé afro-brasileiro.  A escolha pelo nome de Mercedes é uma homenagem ao seu centenário, comemorado este ano.  O Ceam vai funcionar na Rua dos Goytacazes, número 257, no Turf Club. (Veja aqui) O local é o mesmo onde funcionou há anos o Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (Niam).

Mercedes Baptista, campista e primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1948

Mercedes faleceu em  agosto de 2014 aos 93 anos.  Segundo a subsecretária de Políticas para Mulheres, Josiane Viana, ela foi uma mulher à frente do seu tempo e que, também, sofreu muita discriminação ao longo da vida. Considerada símbolo de luta, por isso, teve seu nome escolhido para dar nome ao Ceam.  

“Mercedes Baptista tem uma história de empoderamento e luta, uma mulher que viveu à frente do seu tempo.  Embora tenha feito história a se tornar a primeira bailarina negra e a integrar o corpo de balé do Theatro Municipal do Rio que, naquela época, era muito restrito, suas maiores  contribuições para a cultura brasileira se concretizaram fora do balé.  Ela foi responsável  por consolidar a identidade da dança afro-brasileira e divulgar mundo afora” , disse Josiane, ao explicar o motivo da escolha para dar nome ao Ceam.

Iniciou seus estudos no balé em 1945 com a bailarina Eros Volúsia. Mais tarde, a convite da coreógrafa e antropóloga Katherine Dunham, que criou nos Estados Unidos uma companhia de dança exclusivamente formada por bailarinos negros, Mercedes foi para lá, onde teve aulas de dança moderna e atuou no ativismo negro.  De volta ao Brasil, criou o Ballet folclórico Mercedes Baptista, responsável pela consolidação da dança moderna do Brasil.

Josiane lembra que, apesar de toda relevância da história de Mercedes Baptista, ainda não havia em Campos nenhuma homenagem a ela, enquanto no Rio de Janeiro existe uma estátua em homenagem a ela em uma área da zona portuária do escultor Mário Pitanguy. “Mercedes abriu muitas portas e ofereceu oportunidade para artistas negros e foi uma personagem  fundamental na luta antirracista, além de valorizar a arte e a cultura negra brasileira”, disse a subsecretária. 

Ceam completa rede de enfrentamento

Josiane explica que o Ceam era o equipamento que faltava para completar a rede de enfrentamento e combate à violência contra a mulher e meninas porque é um centro especializado.  “Atualmente, temos vários equipamentos especializados, como Defensoria Pública, delegacia, Casa Abrigo Benta Pereira, Promotoria de Justiça e a Patrulha Maria da Penha. O trâmite para acolher essa mulher  que sofre violência é complexo e tem que passar por todas essas áreas”, esclarece Josiane, lembrando que equipamentos especializados dão maior celeridade e resolutividade ao fluxo de atendimento. Ela também citou o Conselho Municipal dos direitos da Mulher (Comdim), o Juizado Especial Criminal e o Centro de Referência Especializado em Serviço Social (Creas).

Fonte: Prefeitura de Campos dos Goytacazes