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Atafona e Grussaí: falta iluminação e sobram buracos. Limpeza melhorou

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
13 de setembro de 2021 - 17h45

Nos últimos 10/15 anos tem sido exponencial o aumento de moradores nas praias de Atafona e Grussaí (SJB), com crescimento ainda mais significativo a partir de 2020, quando expressivo quantitativo de pessoas passaram a optar por lugares mais arejados para fugir da pandemia. A tendência é notada a olhos vistos no número de novas construções e reformas de casas, bem como na ampliação do comércio e setores de serviço, em particular lojas de material de construção, restaurantes, padarias, lanchonetes, farmácias e supermercados. Por conseguinte, é considerável o avanço e a diversificação dos mais diferentes ambientes de negócios nas referidas praias. 

Observe-se, fazer distinção entre o morador nativo e o não-nativo é inócuo tendo em vista que tanto o de raiz – o que nasceu naqueles distritos – quanto o que escolheu um dos balneários para viver são, ambos, moradores e, portanto, consumidores. Logo, é o maior ou menor consumo que irá determinar o patamar de prosperidade, o volume de investimentos e, na ponta, a qualidade de vida.  

Contudo, a parte fraca desse elo vem, digamos assim, justamente de onde não poderia: do setor público. Ruas esburacadas, falta de iluminação e mato alto contribuem não só para a proliferação de mosquitos e ratos, como favorecem sobremaneira a insegurança, tendo em vista que os criminosos se beneficiam da escuridão para seus atos delituosos e do mato que se transforma em esconderijo. 

Verdade seja dita, após reiteradas reclamações divulgadas pela mídia, a limpeza das ruas melhorou bastante, com a Prefeitura retirando com regularidade entulhos e o lixo que os próprios moradores jogam na via pública. Todavia, os sinais de abandono ainda são bem visíveis, sendo inevitável enxergar que o desleixo  gera danos na medida em que o não atendimento aos mais elementares serviços de infraestrutura obriga o morador a conviver com problemas oriundos da falta de uma manutenção básica. Ao mesmo tempo, afugenta os que estejam propensos a fixar residência nesses balneários os quais, no mínimo, irão  pensar duas vezes. 

Prefeitura retirando entulhos

Oportunidade que não se deve perder – Independente da pandemia e diferente do que se via em tempos mais distantes, nos dias atuais boa parte das pessoas busca escapar do estresse, da poluição, do trânsito, da violência e outros males comuns às médias e grandes cidades. Por isso as áreas rurais e as praias – estas em especial – têm sido o caminho natural. Primeiro, porque já tinham casa nesses balneários. Segundo, face à tranquilidade, ao mar, à temperatura amena e ao ar despoluído onde o vento corre solto. 

Em termos práticos, estamos a falar de oportunidade que não pode ser desperdiçada, visto que a maior demanda viabiliza o crescimento da construção civil, do turismo, dos serviços e demais segmentos que elevam a taxa de emprego e as oportunidades. Em suma, trata-se de mais dinheiro circulando em favor de todos e do município.  

A iniciativa privada fez sua parte, oferecendo ótimas pousadas, supermercados, farmácias, restaurantes, pizzarias, hamburguerias, padarias, peixarias, clínicas odontológicas, comércio diversificado, etc. Cabe ao executivo, portanto, cuidar da estrutura e cumprir sua função sócio-econômica.    

Corrigir os erros  

Para alcançar o nível de mudança desejado, é necessário trabalho mais eficiente e capricho. Hoje, o que se vê são buracos nas ruas de chão e irregularidades nas que estão calçadas com paralelepípedos. Em Atafona, num trecho da Feliciano Sodré, as pedras cederam formando um declive; noutro, uma lombada. O aspecto sugere remendos por conta de obras da rede de água. Mas, seja como for, cabe à prefeitura cobrar os reparos, tendo em vista que em ambos os locais é grande o risco de acidentes. 

Calçamento cedeu com risco de acidentes

Depois de limpo, lixo voltou – Vale registrar o ‘faxinão’ feito há poucos meses num terreno da área central, nas imediações da ‘Caixa d’água’, cujo aspecto era de lixão ‘povoado’ por urubus e exalando mal cheiro. A Prefeitura esteve no local, limpou tudo e mudou o cenário que era deprimente. Mas, como mostra a foto tirada na quinta-feira (09), a sujeira voltou e com ela os urubus. Neste particular, cabe um mínimo de conscientização por parte dos moradores, que insistem em transformar o terreno em depósito de lixo.  

Sobre os terrenos particulares, caberia estudar algum tipo de regulamentação no sentido de exigir que os proprietários fizessem regularmente a limpeza necessária. Quanto àqueles aparentemente abandonados, também teriam que ser devidamente notificados e, em não havendo manifestação dos responsáveis, que o executivo, então, tome das providências cabíveis.

A limpeza pública fez ‘faxinão’ na área, mas moradores continuam jogando lixo

Escuridão que traz insegurança  

Em toda a extensão da beira-mar, de uma praia à outra, são vários os trechos onde se vê, seguidos, 8/10 postes com as lâmpadas queimadas.   

Em Atafona, na área onde as dunas são mais altas (nas proximidades entre a 5ª e a 8ª rua após o Corpo de Bombeiros) a escuridão absoluta é um convite aos criminosos, que veem o furto facilitado pelo breu da área, que funciona como ‘rota de fuga’.  

Até algumas semanas, onde termina o asfalto em Grussaí (perto da lagoa), o lugar estava às escuras – em trevas – com enorme risco para os motoristas. Restringe-se a ‘motoristas’ porque a pé ninguém nem se arriscava. Felizmente as lâmpadas foram trocadas e o lugar está iluminado. Ponto para o governo.  

Já Rua do Mirante  (defronte à Drogaria ‘O Popular’), a lâmpada do primeiro poste, na esquina, acende. A partir daí, percorre-se uns 200 metros em total escuridão – trecho que compreende umas 10 ou 15 residências.   

Mudança – A realidade é que boa parte dos ‘antigos’ veranistas hoje desejam morar nos balneários o ano inteiro, e não apenas na alta temporada. Logo, não tem cabimento que o município não se aproveite da demanda para  alimentar os cofres públicos e melhorar a vida da população.

Mas é preciso dar os primeiros passos. Iluminar as ruas é um deles. E não deve ser tão difícil assim.