A demora para receber a segunda da dose da vacina Conavac tem gerado uma série de dúvidas e questionamentos entre a população. O atraso na distribuição a estados e municípios do imunizante contra a Covid-19, em quantidade suficiente para a aplicação de reforço dentro do intervalo de tempo previsto no calendário vacinal, tem sido frequente em todo o País. Especialistas garantem que, com apenas a primeira dose do imunizante, não se perde a capacidade de proteção imunológica.
O Terceira Via ouviu um dos profissionais mais respeitados de Campos, o médico infectologista Nélio Artilles, sobre a situação de quem esperou por mais de três semanas para receber nova dose da Coronavac. “A pessoa que toma a primeira dose da CoronaVac, a princípio, deveria cumprir aquilo que foi estudado, que são de três a quatro semanas. Porém, com o atraso das vacinas, é necessário, primeiro entender que não tem muito o que fazer. Tem que aguardar”.
Nélio Artiles também comentou sobre a segunda dose de quem recebeu o imunizante oferecido pela Fiocruz e Universidade de Oxford.
“Assim como o atraso da Astrazeneca, as pessoas começaram a atrasar a segunda dose, e acabaram, quando foram ver, as pessoas que atrasaram tinham uma resposta imune melhor do que as que tomaram no tempo certo. Então, o atraso, talvez, lá na frente se mostre benéfico. Primeira dose dada, primeira dose computada. A primeira dose sempre vai ser importante e a segunda, vai ser fundamental. Mesmo que atrase. As pessoas devem fazer a segunda dose mesmo que atrase um mês, dois meses”, comentou
O especialista destaca que não pode intercambiar os imunizantes, começar com uma vacina e terminar com outra.
“Isso pode causar problema, pode causar doença. Tem que respeitar o mesmo imunizante. Nunca se perde dose. Dose dada é dose computada e aceita. A segunda é importante para reforçar a primeira”, conclui.