(Foto: Divulgação/Prefeitura de Campos dos Goytacazes)
Em uma planície como Campos, não é de se admirar que o ponto mais alto da cidade tenha se tornado uma área de ecoturismo bastante explorada. Sobretudo nos últimos anos, o Morro do Itaoca, também conhecido como Morro do Rato, é o destino preferido de campistas praticantes de esportes e também daqueles que buscam estar em contato com a natureza. E devido ao frequente e crescente número de visitantes e da ainda precária infraestrutura que é ofertada, a Prefeitura de Campos, com recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente (FUMMAM), iniciou na última semana as obras de restauração dessa que é uma das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) do município.
O processo de revitalização da Serra do Itaoca deve durar aproximadamente três meses. Durante esse período, alguns pontos serão interditados. Por isso, os visitantes precisarão entrar em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental para terem certeza de que poderão subir no dia previsto. A prefeitura lembra que veículos pesados estarão circulando pela Serra e, portanto, a atenção deve ser redobrada. “É de extrema importância que os visitantes tenham consciência de que outras pessoas estão trabalhando no local. Ao longo da subida, dependendo da etapa da obra, toda a pista será interditada. Quando a obra chegar ao topo, o acesso ao morro também será fechado”, orientou.
O telefone de contato da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental é (22) 98175-0207. É para esse numero que os visitantes devem ligar antes de subir a Serra durante as obras.
A bióloga e empresária Fernanda Gomes Trindade costuma subir o Morro do Itaoca com frequência e, segundo ela, essas obras podem ser benéficas para os atletas e visitantes. No entanto, ela questiona se haverá, de fato, continuidade e também fiscalização.
(Foto: Divulgação/Prefeitura de Campos dos Goytacazes)
“Tenho minhas ressalvas em relação à possibilidade de essa obra não ser concluída. Sabemos que, por se tratar de uma intervenção pública, isso pode acontecer e, nesse caso, haver um desgaste da flora e da fauna local que, no fim, não beneficiará ninguém. É importante que se tenha comprometimento para não prejudicar o meio ambiente e nem a população. Também é fundamental pensar sobre a fiscalização desse espaço após a obra. Haverá guardas florestais? Guardas noturnos? Haverá alguém para fazer a manutenção desses banheiros? Sabemos que as pessoas precisam disso para manter os bens públicos. De modo geral, não basta anunciar, é preciso fazer e supervisionar”, apontou.
O que será feito — A revitalização da APA da Serra do Itaoca começou na segunda-feira (21), com a construção do canteiro de obras e recuperação dos paralelos, e segue nos próximos dias, conforme previsto no cronograma, dependendo também das condições climáticas.
Segundo a Prefeitura de Campos, será colocado um pórtico de entrada no pé da Serra e guarita, onde o Guarda Ambiental e o Agente do Turismo ficarão. Logo após a entrada, também serão instalados banheiros com acessibilidade e, do lado esquerdo, um estacionamento com 35 vagas para carros de passeio.
Melhorias também serão feitas nas canaletas de drenagem e, na subida principal, será recuperado o pavimento da estrada, principalmente em pontos que possuem buracos. Placas de sinalização para a segurança do visitante e turísticas, voltadas para a preservação do meio ambiente, ainda serão instaladas.
(Foto: Divulgação/Prefeitura de Campos dos Goytacazes)
No topo da serra, a pista de salto norte será trocada por uma nova, decorrendo de um projeto desenvolvido em parceria Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) com a Associação de Voo Livre.
“Queremos as duas pistas de nível nacional. A pista de salto sul também passará por melhoria, como também, a trilha. A intenção é, após a reforma, atrair para a cidade de Campos etapas nacionais de voo livre”, disse, em nota, o secretário Municipal de Desenvolvimento Ambiental, Leonardo Barreto.
Essas intervenções são custeadas com recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente (FUMMAM), que tem destinação exclusiva a ações voltadas para o meio ambiente.
Nas redes sociais do Jornal Terceira Via, leitores questionaram sobre a possibilidade de haver um “pagamento de entrada” ao espaço após as obras. Em resposta, o secretário disse que “a princípio, não foi levantada essa possibilidade, contudo, haverá restrição de veículos. Os veículos que forem levar bicicletas, asa deltas ou para manutenção de antenas de comunicação poderão subir normalmente, mas outros veículos terão horário para transitar”, afirmou.