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Alzheimer, lúpus e fibromialgia em foco no ‘fevereiro roxo’

As três doenças não têm cura e são o foco da iniciativa Fevereiro Roxo

Saúde
Por Redação
17 de fevereiro de 2019 - 13h15

A importância de fazer o diagnóstico correto é uma das intenções de uma das campanhas de conscientização que marcam o mês de fevereiro. Criada há quatro anos e destacando a cor roxa, a iniciativa chama a atenção da sociedade para três doenças, que mesmo sem muitas semelhanças, tem um fator em comum: lúpus, fibromialgia e Alzheimer não possuem cura. Apesar disso, a descoberta precoce ajuda a manter a qualidade de vida dos pacientes. O mês de conscientização, então, pretende levar informações sobre estes problemas de saúde, os sintomas e os tratamentos disponíveis.

Com o nome científico de “Lúpus Eritematoso Sistêmico” (LES) e de causa ainda incerta, trata-se de uma doença inflamatória autoimune, onde o próprio sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano, e que pode afetar diversos órgãos e tecidos do corpo. Em casos mais graves pode levar à morte. As crises da doença geralmente são desencadeadas pela exposição à luz solar de forma inadequada e em horários inapropriados, infecções e também o uso de medicamentos para controle de convulsões e pressão alta. Por ano, são registrados mais de 150 mil casos no país.

Já a fibromialgia é uma doença reumatológica que atinge cerca de 3% da população brasileira, principalmente as mulheres. Entre os sintomas está dor muscular crônica e generalizada acompanhada de fadiga, alterações de sono, memória e humor. Especialistas apontam que sem tratamento, o problema pode evoluir para incapacidade física e limitação funcional. O paciente faz uso de medicamentos específicos e também recorre à fisioterapia e acupuntura.

Alzheimer

Reconhecida como uma das mais significativas crises de saúde do século 21, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a doença de Alzheimer é um tipo de demência, nome coletivo para as síndromes cerebrais degenerativas progressivas. Os sintomas podem incluir perda de memória, dificuldade em encontrar palavras ou compreender o que as pessoas dizem, dificuldade em desempenhar tarefas rotineiras prévias e mudanças de personalidade e humor. Estamos diante de uma das doenças que mais cresce em diagnósticos no mundo. Um estudo da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, mostra que até 2050, mais de 100 milhões de pessoas terão Alzheimer.

Segundo a geriatra, Dra. Deborah Casarsa, um em cada nove indivíduos com idade maior de 65 anos tem a Doença de Alzheimer, por isso, o objetivo da campanha é tornar cada vez mais as pessoas conscientes da importância da informação sobre este problema.

“Precisamos despertar nas pessoas que o Alzheimer se instala dez anos antes dos primeiros sintomas e por isso devemos ter hábitos de vida mais saudáveis, além dos exercícios para a mente, visando melhorar as conexões neurais. Ninguém dorme bem e acorda com Alzheimer. Portanto, quando ocorre um quadro agudo de confusão mental, é necessário procurar a emergência, pois provavelmente poderá estar ocorrendo um acidente vascular cerebral. A evolução dessa doença é gradual, jamais súbita. O paciente vai perdendo um ou vários domínios cognitivos como a memória, atenção, percepção e funções executivas. Os vínculos afetivos são abalados, além das alterações comportamentais como delírios e alucinações”, explica.

A especialista ainda ressalta que os familiares podem ajudar os pacientes doando muita paciência e amor. Esse cuidador pode lançar mão de estratégias, se tornando um facilitador, observando a linguagem corporal, verificando a qualidade da visão e audição do portador, usando o calendário diariamente para manutenção da orientação temporal, planejando sua rotina, estimulando a memória, respeitando a velocidade de processamento do paciente.

“Faça associações, incentive sempre e o mais importante, trate-o como gostaria de ser tratado. Aqueles rodeados de afeto têm uma evolução muito melhor”, completa.

Oficinas Cognitivas

Em Campos, um serviço pioneiro oferece oficinas cognitivas para adultos, portadores ou não, de Alzheimer. O projeto AlertaMENTE foi criado o ano passado e superou as expectativas.

“Usamos ferramentas específicas, através de aulas dinâmicas em grupos ou individuais, trabalhando a capacidade de neuroplasticidade dos nossos pacientes. Em 2018, iniciamos essas atividades e tivemos tanto resultado que abrimos dois horários a mais. Ao todo, foram dezessete turmas. Neste ano, em especial, além do treinamento para pacientes com Alzheimer, temos o grupo para pessoas que não têm a doença, mas querem ser estimuladas. Criamos um grupo do SerenaMENTE, direcionado para indivíduos com Parkinson e outro para grupo terapêutico para depressão, além  da dança sênior, que trabalha música e coordenação. Apostamos muito em atividades em grupo, ministradas por médicos, geriatra e neurologista, além da equipe da psicologia. Com a socialização, alcançamos resultados mais efetivos”, destaca Dra. Deborah Casarsa.