Há quem considere a crise na Escola Técnica Estadual Agrícola Antônio Sarlo um efeito que se repete diante dos inúmeros problemas que envolvem a educação em todo o Brasil. A decadência da indústria do açúcar em Campos, além das graves dificuldades políticas e econômicas do estado do Rio de Janeiro, contribuem para o descaso de diversas instituições de ensino, como é o caso do Colégio Agrícola. No princípio, a instituição criada em 1954 foi de responsabilidade da Secretaria Estadual de Agricultura. Nos anos 1970, passou para a Secretaria Estadual de Educação. Desde o fim dos anos 1990, foi transferida para a Secretaria de Ciência e Tecnologia via Fundação de Apoio ao Ensino Tecnológico (Faetec). Nesta última fase, o Agrícola ganhou novo fôlego, mas depois passou a respirar com “a ajuda de aparelhos”.
Sem recursos financeiros e sem apoio político necessários, por várias vezes foi cogitado o fechamento do Colégio Agrícola. A imensa fazenda onde está localizado o Agrícola tem sido utilizada parcialmente por pesquisadores e estudantes da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro que promove aulas práticas de Agronomia e Zootecnia no local. A Faetec extinguiu os alojamentos, provocando assim, um esvaziamento ainda maior da escola que oferece o Curso Técnico em Agropecuária. Em 2019, apenas oito alunos concluirão o Ensino Médio. Nas dependências do Agrícola, há menos de 200 alunos matriculados no segundo segmento do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano. Há capacidade para abrigar muito mais estudantes, porém o espaço é subutilizado.
Com riscos de fechamento do Agrícola, a Uenf iniciou um processo de incorporação da escola em 2018. O processo ainda não foi aprovado pelo governo estadual. Acredita-se que, a união entre Uenf e Colégio Agrícola Antônio Sarlo, pode ser a última chance de a escola sobreviver e garantir um futuro promissor, assim como foi o período de sua criação. O que irá acontecer com a escola, só o tempo poderá responder.