Nesta quarta-feira (21), diversas lideranças negras de Campos se reuniram na Praça São Salvador para chamar a atenção sobre as questões dos cidadãos negros que lutam por direitos de igualdade racial. Participaram diversos integrantes do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Campos. Um dos objetivos é protestar contra o racismo e denunciar graves problemas enfrentados pela população negra.
O principal lema do movimento campista é “unir, multiplicar e emancipar”. Cerca de 15 entidades ligadas ao movimento negro do município abordaram com microfone aberto assuntos como o extermínio da juventude negra, problemas com as mulheres negras e preconceito enfrentado pelo jovem negro estudante e universitário. O Grupo de Trabalho de Promoção da Igualdade Racial de Campos dos Goytacazes (GTPIR) atua desde 2013.
Para Gilberto Totinho, presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial (CMPIR), um dos objetivos da entidade é denunciar as práticas racistas, violentas ou brandas. “Contamos com o apoio de movimentos negros de expressão e impacto de Campos dos Goytacazes, das mais variadas vertentes dentro da forma de organização da população preta: mulheres, juventude, quilombolas, terreiro,saúde, dentre outros”, destaca.
O dia 21 de março tem um significado para a realização do ato público. Nesta data, em 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil pessoas negras protestavam contra a lei do passe, no bairro de Shaperville. Apesar da manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186 pessoas. Em memória, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu dia 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.