Na manhã desta quinta-feira (04), o ex-governador Anthony Garotinho esteve na Cidade da Polícia para concluir o retrato falado do homem que ele afirma que o agrediu na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. A elaboração do retrato falado foi interrompida no fim de novembro, devido a um problema no sistema do computador.
Garotinho alegou que, na madrugada do dia 24 de novembro, por volta de 01h30, um homem entrou em sua cela e lhe agrediu com uma paulada no joelho e um pisão no pé, que deixou hematomas, constatados no exame do Instituto Médico Legal (IML). De acordo com Garotinho, o homem que invadiu sua cela teria afirmado: “Você gosta muito de falar, não é?”.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) sustentou que as imagens das câmeras de segurança não demonstram a suposta agressão e, por isso, decidiu punir Garotinho por falsa comunicação de crime e o enviou para o Complexo Penitenciário de Bangu.
No dia 28 do mesmo mês, o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, encaminhou ofício ao secretário de Estado de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro, requisitando imagens de vídeo gravadas pelas câmeras instaladas na galeria B da cadeia. O pedido especifica o período entre 20h do dia 23 de novembro às 06h do dia 24 de novembro, horário em que Garotinho diz ter sido agredido por agentes penitenciários.
No documento, Gussem esclarece que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu informações de possível edição das imagens disponibilizadas pela Seap.
Desafetos
Na cadeia de Benfica estão presos o ex-governador Sérgio Cabral, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado afastado Jorge Picciani, e os deputados afastados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, além de ex-secretários e ex-assessores do governo Cabral.
Eles são considerados desafetos políticos de Garotinho, que os denunciou inúmeras vezes, tendo inclusive divulgado a famosa foto dos guardanapos na cabeça, em um restaurante em Paris.
Fonte: Jornal do Brasil