A situação na Saúde de Campos dos Goytacazes continua séria e isso pode ser constatado nas inúmeras reclamações que surgem pelas redes sociais, nas ouvidorias dos hospitais e nos veículos de comunicação responsáveis com as informações que publicam.
Todavia, há uns dois meses atrás eu chamei a atenção da sociedade para o fato de que o município de Campos e a sua estrutura de saúde recebem enfermos de vários outros municípios e isso está causando um desnível no atendimento já estrangulado, dos hospitais públicos de nossa cidade, notadamente o HGG e o HFM.
Em São João da Barra, por exemplo, o Centro de Emergência Pedro Otávio Barreto se encontra fechado e a demanda que deveria ser atendida lá migra direto para o nosso município, principalmente os casos mais complexos.
A prefeita Carla já noticiou nos meios de comunicação que o prazo para conclusão da obra dependerá da quantidade de funcionários que a empresa disponibilizará para o serviço em cada uma de suas etapas.
Isso causa um prejuízo enorme aos pacientes residentes em nossa cidade, pois a falta de leitos aumenta, a escassez de insumos piora, as cirurgias eletivas são mais concorridas, o tratamento de doenças como o câncer fica mais concorrido, dentre outras questões que pioram quando o campista disputa atendimento com munícipes de outras cidades.
Vale lembrar que SJB, devido ao Porto do Açu e seus ‘tentáculos’, terá uma evolução na arrecadação própria enorme e casos como o do Centro de Emergência Pedro Otávio Barreto não poderá ficar sem resposta por muito tempo.
Em São Francisco de Itabapoana onde o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é baixo, logo a oferta dos serviços de saúde é oscilante, centenas de pessoas que precisam de um atendimento mais eficaz e que aumente a chance de cura, são direcionados para Campos.
Em SFI o Hospital Municipal Manoel Carola, na localidade de Ponto de Cacimbas, também não consegue atender as demandas mais graves e complexas.
A Prefeita Francimara Lemos anunciou, em matéria no site oficial da prefeitura, que a reforma geral do Hospital e que os recursos já estão reservados para as obras na unidade de Saúde, aguardando apenas a licitação.
Não podemos esquecer que o município de Campos recebe verba para esses atendimentos oriundos de outros municípios e que o problema da saúde daqui não é devido apenas ao tema em questão.
Mesmo assim, não podemos ignorar o fato de estarmos lutando por uma saúde local melhor que é prejudicada pelos diários atos das gestões de saúde dos outros municípios mandarem para cá os pacientes que não conseguem acolher na origem.
Por questão de humanidade e por princípio constitucional ninguém deve ficar sem atendimento em que pese nossa dificuldade atual. Todavia, sermos responsáveis pelas dificuldades de gestão de outras secretarias de saúde é injusto.