Segundo a matriciadora da saúde mental, Tânia Terra, as pessoas que hoje sofrem com algum problema psiquiátrico tendem a sofrer com a exclusão na sociedade. “Nosso principal objetivo é alertar a população sobre a doença mental, e mostrar que as pessoas que sofrem da doença não precisam necessariamente ficar longe da sociedade e internada em um leito psiquiátrico”, disse Tânia.
Ainda de acordo com a matriciadora, atualmente na cidade existem dois hospitais, o João Viana e o Henrique Roxo. No primeiro semestre deste ano, houve uma diminuição no número internações, que no ano passado foi de 40 no primeiro semestre e neste ano foi de apenas cinco internações.
“Temos uma rede substitutiva para essas pessoas que sofrem da doença. Na cidade de Campos temos quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps), sendo dois para doenças psicóticas, um para pessoas que sofrem da dependência do álcool e da droga e outro para crianças e adolescentes. Além do Caps temos uma unidade de acolhimento infanto juvenil e uma residência usada para pessoas que saem dos hospitais e não tem mais o apoio familiar”, explicou Tânia.
Leia abaixo a carta
Há muitos anos, os portadores de transtornos mentais, principalmente os tidos como “loucos”, vêm sofrendo um tratamento excludente e, até cerca de 15 anos atrás, preferencialmente hospitalar, em internações quase sempre longas e , por vezes, durando até a morte.
Familiares, usuários e profissionais de saúde, nos anos 70 e 80 – em grande parte dos países, principalmente os mais desenvolvidos – se insurgiram contra esta situação, procurando estruturar um novo modelo mais digno e humanizado, respeitador das diferenças. “Dentre os diversos atores, merece destaque, no Brasil, o Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) em suas variadas formas de expressão que cunharam o “mote” Por Uma Sociedade Sem Manicômios” como “utopia ativa” na época e que vem sendo ratificada.
A Reforma Psiquiátrica avança em sua institucionalização enquanto política pública do Ministério da Saúde, Secretarias de Estado de Saúde e Secretarias Municipais.
Esta nova forma de tratar deve, sempre que possível, conservar o sujeito adoecido junto a seus familiares, sua comunidade, às suas referências no mundo, como sujeito de direito à vida, à liberdade, à saúde, à moradia, etc.
A este novo modelo de atendimento às pessoas em sofrimento psíquico, Campos responde, embasado em LEIS E DIRETRIZES do Ministério da Saúde, com a criação e ampliação de vários Serviços Substitutivos aos manicômios e hospitais psiquiátricos, dentro de uma nova concepção de SAÚDE MENTAL . Nestes Serviços, equipes multidisciplinares, com profissionais de diversas formações e saberes se debruçam sobre esse sujeito para tentar dar conta de um problema que é muito complexo e envolve não só ele (o sujeito), mas sua família, escola, trabalho, serviços de saúde, de assistência, jurídicos, etc.
Nossa cidade vem seguindo a evolução mundial e a luta persiste por esses 30 anos, investindo nesses SERVIÇOS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL , ampliando a Rede de Saúde Mental e , como consequência de uma menor necessidade de internar , os leitos nos hospitais psiquiátricos em Campos ( temos dois: Hospital João Viana e Hospital Henrique Roxo) vão sendo paulatinamente descredenciado, por um esforço conjunto de usuários, familiares, profissionais de saúde mental e de tantas outros setores da sociedade.
Neste ano estamos vivendo um marco da Atenção Psicossocial, onde testemunhamos uma redução considerável do número de pessoas internadas em Hospitais Psiquiátricos, contando com um trabalho responsável e comprometido da Rede de Saúde Mental e outros atores sociais, com a oferta de um cuidado mais integral e plural, do que apenas a internação.
Vivemos um momento de conquista de legitimidade e reconhecimento da Saúde Mental como Política Pública Municipal de Saúde.
Infelizmente, subsiste ainda em boa parte da sociedade um receio de conviver com essas pessoas, associando sempre os transtornos mentais à agressividade e ao perigo, o que não se confirma na atualidade, devido à melhor compreensão e manejo da crise e do sofrimento psíquico, aos novos recursos terapêuticos e, inclusive, às novas drogas psicotrópicas.
Este receio (medo?) toma, às vezes, um caráter de preconceito. Por exemplo, estas pessoas são recusadas, muitas vezes, em nossos estabelecimentos de saúde, quando necessitam tratamento de um problema clínico qualquer.
A população de Campos está sendo convocada por nós a conhecer e reconhecer o enorme e produtivo trabalho que viemos construindo – com muita luta, esforço, empenho, criatividade – para darmos condições mais dignas de vida e tratamento para esses usuários, respeitando os princípios técnicos que vigoram no cenário nacional e internacional, assim como as LEIS que determinam essa (re) construção coletiva.
Esperando contar com o apoio da sociedade campista, para “ousar um possível sonho de liberdade e inclusão social” Antabuse reviews order lioresal generic nolvadex (Paulo Amarante), subscrevemo-nos:
Profissionais de Saúde Mental de Campos dos Goytacazes