Praticamente sem nenhum alarde, São João da Barra vai se firmando como um dos principais centros de exportação de minério de ferro do Brasil. Os números mostram um crescimento no volume de negócios envolvendo este recurso mineral através do Porto do Açu. De acordo com um relatório da mineradora Anglo American, responsável pela produção e transporte do minério entre Minas Gerais e o litoral sanjoanense pelo chamado Sistema Minas-Rio, foram exportadas 16,1 milhões de toneladas de carga em 2016 – um crescimento de 76% em relação a 2015.
O minério é transportado da mina da Anglo American em Conceição do Mato Dentro (MG), passa por uma unidade de beneficiamento em Alvorada de Minas (MG) e chega até o Porto do Açu através de um mineroduto de 529 quilômetros, que atravessa 33 municípios mineiros e fluminenses. A implantação da estrutura de logística é um dos maiores projetos de minério de ferro do mundo.
No porto, a operação é realizada pela Ferroport, associação formada pelas empresas Anglo American e Prumo Logística. A carga, que chega de Minas Gerais misturada com água, é armazenada num pátio, passa pelo processo de secagem e depois é transportada para o porão dos navios através de uma esteira de aproximadamente três quilômetros. O primeiro embarque de minério de ferro do Sistema Minas-Rio foi realizado em outubro de 2014.
O momento é bom para a venda de minério de ferro no mercado internacional. O preço da tonelada, que chegou a 40 dólares em meados do ano passado, superou os 92 dólares no final de fevereiro. Segundo analistas, uma das causas desta alta seria o aumento da demanda de aço para o setor de construção civil na China, maior mercado consumidor mundial. O Brasil é um dos maiores exportadores mundiais desta acquire lioresal commodity. E São João da Barra agora faz parte desta realidade.
Empresas descobrem o Açu como porta de entrada de produtos acquire nolvadex
De exportador de produtos, o Porto do Açu aos poucos também vai se tornando importador. Grandes empresas começam a descobrir a vantagem do complexo portuário como porta de entrada. Em setembro do ano passado, ancorou no litoral de São João da Barra o navio MV Orient Orchid, vindo da cidade de Port Arthur (EUA) com 48,2 toneladas de coque para abastecer fábricas de cimento da Região Sudeste.
O coque é um tipo de combustível derivado da hulha (carvão betuminoso), muito utilizado na produção de ferro-gusa (alto forno). A carga foi desembarcada no Terminal Multicargas (T-MULT) do porto, que tem 500 metros de cais, 14,5 metros de profundidade e capacidade para movimentar 4 milhões de toneladas de carta por ano. O T-MULT tem aproximadamente 200 mil m2 de área alfandegada e dois guindastes com capacidade de içamento de 100 toneladas e alcance de lança de 46 metros. Além de coque, o terminal já movimenta bauxita e cargas de projeto (equipamentos para a indústria de petróleo).