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Conheça a história de canibalismo na Casa de Custódia de Campos

Em 2002 um preso foi assassinado, esquartejado e as partes dele foram distribuídas em quentinhas

Campos
Por Redação
24 de janeiro de 2017 - 6h00
IML de Campos (Foto: Silvana Rust)

IML de Campos (Foto: Silvana Rust)

As tragédias que envolvem o sistema penitenciário brasileiro sempre chocam, mas não são novidades. Considerada a mais violenta rebelião, o massacre do Carandiru, em 1992, em São Paulo, deixou 111 detentos mortos. E não parou por aí. Novos episódios violentos em presídios continuam a acontecer e com número de mortes alarmante.

Em Campos, a história também conta episódios tensos com requintes de crueldade. Em maio de 2002 o desaparecimento de um detento da Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, em Campos, sinalizou de forma ainda mais evidente características como frieza, astúcia e maldade dos presidiários. A história teve um desfecho macabro: o presidiário havia sido morto, esquartejado e ainda teve partes do corpo cozidas e distribuídas em quentinhas.

Alguns presos chegaram a comer pedaços cozidos do corpo dele. O caso de canibalismo teve destaque na mídia nacional, em matéria publicada no jornal O Globo, assinada pelo diretor do Jornal Terceira Via, Aloisio Balbi, e pelo repórter Michel Alecrim.

O preso Rogério Nazário Honorato foi morto a golpes de estiletes e em seguida esquartejado por companheiros de cela. Os restos do corpo foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Campos, onde a perícia identificou ser do detento através de exames de DNA.

Na época, duas hipóteses para o motivo do assassinato foram levantadas pelos investigadores. Uma delas é que o crime tenha relação com uma tentativa de fuga descoberta dias antes. Presos da cela de Rogério tentaram cavar um túnel para escapar, mas o plano foi revelado. Outra hipótese para o assassinato seria o fato de ele responder por estupro e lesão corporal. Não há informações sobre a conclusão das investigações. Rebelião

Outro episódio que chocou a cidade foi em 1999. Uma rebelião de detentos da antiga carceragem da 134ª Delegacia de Polícia durou 30 horas e deixou todo o Centro da cidade em pânico. O principal motivo do terror causado na população campista era que os presos estavam armados com coquetéis molotov e ameaçavam jogá-los em tanques de combustíveis que existiam na delegacia e eram usados para abastecer os carros dos policiais. Somados, os dois tanques tinham mais de 6 mil litros de combustíveis.

No final, o líder da rebelião foi atingido por um dos presos e os outros detentos se entregaram. Casos recentes – No dia 2 de janeiro, a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, teve 64 mortos e foi considerada a terceira maior matança da história em presídios brasileiros e a com o maior número de vítimas. No dia 6 de janeiro, 33 homens foram encontrados mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista, em Roraima.