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Após denúncia da morte do pai, fotógrafo relata boi pastando em área do HGG

Secretaria Municipal do Meio Ambiente esteve na unidade e cortou o mato; veja o vídeo

Campos
Por Redação
8 de janeiro de 2018 - 14h53
Relato foi divulgado no Facebook no último sábado (Foto: Divulgação)

Relato foi divulgado no Facebook no último sábado (Foto: Divulgação)

Depois de ter divulgado em suas redes sociais a morte do pai internado no Hospital Geral de Guarus (HGG), em que acusa o hospital de negligência médica, o fotógrafo e representante comercial, Márcio Martins divulgou no último sábado (06), mais um vídeo em que mostra a péssima situação da unidade hospitalar.

Desta vez, o filho de Jones Martins, que veio a óbito no último dia 03, falou sobre um boi que teria invadido uma área do HGG para pastar. De acordo com o fotógrafo relatou que ele viu a situação e divulgou o problema para que o mato fosse cortado.

“São muitos pacientes internados no hospital e contraem infecções por esse mato e pela sujeira que aqui se encontra”, disse Márcio.

Ainda no vídeo o denunciante “agradece” ao prefeito e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente pelo corte do mato, na manhã desta segunda-feira (08).

Luta com o pai

Nos primeiros dias de 2018, o mecânico Jones Martins, conhecido como Faustão, de 71 anos, morreu no Hospital Geral de Guarus (HGG) e o filho dele, o fotógrafo e representante comercial, Márcio Martins, garante que a principal causa da morte foi “negligência médica”. Ele levou o caso à 146ª Delegacia da Polícia Civil de Guarus, que intimou a administração do HGG a prestar depoimento sobre o assunto.

Márcio contou que o seu pai, Jones, sentia fortes dores abdominais em decorrência de pedras na vesícula. Ele foi encaminhado ao HGG, onde permaneceu internado por 46 dias aguardando o procedimento cirúrgico, até vir a óbito na última quarta-feira (3 de janeiro de 2018). Segundo Márcio, Jones precisaria passar por uma cirurgia para a extração das pedras, mas devido às altas taxas de glicose e pressão arterial, a cirurgia foi adiada. Ele, então, foi internado a fim de ter o quadro de saúde estabilizado, mas complicações o levaram à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu respirando com a ajuda de aparelhos até a segunda quinzena do mês de dezembro.

Durante este período de internação, Márcio pôde observar uma série de irregularidades no HGG, como sujeiras que poderiam contribuir para a proliferação de bactérias, invasão de insetos no período da noite, entre outros problemas.

“Os profissionais que trabalham no HGG não têm as mínimas condições de prestarem um atendimento com o mínimo de qualidade, falta tudo! E não adianta dizerem que a Secretaria de Saúde não tem dinheiro, pois não existe nem o básico nessa unidade hospitalar. Falta de material de limpeza, de higiene… Os matos atrás da unidade estão chegando nas janelas das clínicas, o que faz surgir insetos, moscas varejeiras, e a noite as enfermeiras têm que desligar as luzes, pois são tantos insetos noturnos que podem entrar pela traqueostomia dos pacientes. E sem contar no cúmulo do absurdo: estão reciclando até os sacos de lixos com materiais infectados”, contou Márcio.

Entre o Natal e o Réveillon, Jones foi removido da UTI e levado para a Clínica Médica, mesmo com o quadro de saúde instável. Por cinco dias, Márcio fez uma série de solicitações a fim de retornarem o seu pai à Unidade de Terapia Intensiva. Para isso, ele precisou provar de diversas formas que Jones estava, de fato, em estado gravíssimo e que precisaria de atendimento especializado. Segundo o fotógrafo, Jones foi diagnosticado com pancreatite aguda grave, colecistite aguda e septisemia.

Somente após cinco dias de luta, Márcio conseguiu que o seu pai retornasse à UTI. “Para isso tive que ‘brigar’ e ir diretamente ao diretor clínico do HGG, Dr. Leonardo Couto, para que o próprio fizesse uma avaliação e imediatamente diagnosticado. Segundo as suas próprias palavras do médico, meu pai estava ‘em gravíssimo e não poderia estar ali [na Clínica Médica]’”, contou. Ele reclamou ainda que procurou ajuda na Ouvidoria do hospital, mas nada foi feito.

Após toda essa via crucis, que foi compartilhada nas redes sociais de Márcio, no dia 2 de janeiro, Jones veio à óbito. “Mataram meu pai!!! Alguém irá responder na polícia esse crime de negligência médica. Quantos Jones Martins terão que morrer para melhorarem a situação no atendimento dos pacientes neste hospital?”, denunciou.

No dia seguinte, Márcio registrou a ocorrência nos órgãos competentes. “A culpa não é dos funcionários; nem eles conhecem a secretária de Saúde. Existem bons profissionais ali, mas não há o mínimo de estrutura. Eles não podem fazer milagre”, declarou.

Há 46 anos, Jones Martins era proprietário de uma oficina mecânica situada próximo ao Estádio do Goytacaz Futebol Clube, na área central de Campos.

veja o vídeo: