Com a chegada de 2018, a Prefeitura de Campos se concentra na programação de verão no Farol de São Thomé. O balneário que estava acostumado a receber grandes shows nacionais e arrastar multidões atrás dos trios elétricos está se adaptando à nova realidade econômica financeira. O modelo de parceria público-privada empregado no ano passado será repetido agora. E se 2017 teve uma programação majoritariamente esportiva, os shows voltarão a ocupar lugar de destaque no calendário — um edital foi lançado para selecionar os artistas que se apresentarão no litoral campista.
Mas, mesmo com a possibilidade de economia para os cofres públicos e com um método mais técnico de escolha das atrações, o esforço é polêmico. Se, por um lado, garante a sobrevivência dos comerciantes locais, que dependem justamente dos ganhos desta época para se manter durante todo os anos, e a diversão dos veranistas; por outro, levanta questionamentos a respeito das prioridades do governo municipal, que ainda não quitou o décimo terceiro salário da maior parte dos servidores.
Segundo eles, toda a rede terá prejuízos caso o governo não providencie nenhuma atividade atrativa para o balneário.
Por outro lado, uma parcela de microempresários não concorda que a ausência, por exemplo, de shows e trios elétricos, traga prejuízos. De acordo com a Associação de Hotéis, Restaurantes e Similares, quem investir no cliente terá boas surpresas. “Existe um grupo que não deixa de vir a Farol, independente da programação.
Inúmeras famílias preferem a tranquilidade, aproveitar o mar, a orla, o sol, os quiosques. No lugar da agitação de espetáculos nacionais ou locais, preferem a calmaria. A ocupação na rede hoteleira pode não ser 100%, mas há suas recompensas em outros setores”, afirmou Paulo Siqueira, que gerencia um quiosque na orla há dois anos.
A polêmica também divide os moradores. Uns apoiam a continuidade de shows, outros preferem a paz. “A tradição de Farol são os trios elétricos. O mar eu tenho o ano todo. O prefeito tinha que voltar, pelo menos, com os trios (elétricos), para alegrar o povo que já está tão sofrido e massacrado”, sugeriu a moradora do Xexé, Cleidi Oliveira.
“Em janeiro de 2017 não tivemos registros de atendimentos a vítimas de arma de fogo ou arma branca, por exemplo. A unidade (hospitalar) está preparada para receber, tanto os moradores quanto a todos os turistas. O estoque de insumos – que estava normal – foi reforçado pela Secretaria Municipal de Saúde. Disponibilizamos, ainda, duas ambulâncias para qualquer tipo de ocorrência médica. Para os Bombeiros, a UPH é ponto de apoio. Sem shows ou trios (elétricos), os ânimos ficam menos exaltados. Todos se divertem com paz e tranquilidade”, admite o gerente.
Em nota, a Superintendência de Comunicação (SupCom) da Prefeitura de Campos informou que “toda programação vem sendo desenvolvida através de parceria com a iniciativa privada. Por enquanto, não há previsão de trio elétrico. Estamos aguardando algumas respostas para oficializar a programação completa e atender às demais secretarias.
Ação do CCZ
Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Andreya Moreira, não há motivos para pânico, uma vez que, a situação está sob controle. “É muito importante que toda população participe desta ação, já que as ações preventivas são tão importantes para evitar focos do mosquito”, explica. Os agentes aplicam larvicida, cobrem caixas d’água e recolhem tudo que pode se transformar em criadouros de mosquito. “No verão, o cuidado deve ser redobrado. Até uma tampa de refrigerante descartada de forma inadequada pode virar um criadouro”, informa o coordenador do Programa de Controle da Dengue do CCZ, Claudemir Barcelos.
O Parque Balneário Lagamar situa-se na localidade de Lagamar, em Farol de São Thomé. A comerciante Leda Maria tem 72 anos e há 18 tem um quiosque no local.
A área foi inaugurada ainda no governo de Dr. Arnaldo, em 1999. Ela lamenta o abandono do poder público. “O Lagamar sempre foi um lugar muito procurado na alta temporada. No final da tarde, famílias continuavam ainda no local aproveitando a água ‘mansa’. Mas, de uns anos pra cá, o espaço deixou de ter a manutenção adequada pela prefeitura e hoje está completamente deteriorada. Gostaria de saber para onde vai o dinheiro da taxa que pagamos à Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca)?”.
A comerciante questiona ainda o reajuste na taxa de utilização do espaço que antes era de R$ 102 e, em janeiro desse ano, foi para R$ 318. “Tudo bem que a prefeitura aplique um aumento na taxa desde que haja retorno. Não temos apoio nenhum do município. Nenhuma autoridade nos procurou para dizer se vai ter algum show aqui no Lagamar. Parece que só existe a praia de Farol e o seu miolo. Adjacências são esquecidas”, lamenta Leda.
Em nota, a SupCom também afirmou que “eventos serão realizados no Lagamar aos domingos. Parcerias estão sendo firmadas para os reparos emergenciais”.
O parque, segundo o boletim do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), está próprio para banho. No entanto, Leda Maria mostra as condições da água. “Olha para isso. Olha essa sujeira na beira da lagoa. Quem tem coragem de entrar e se banhar? Quem vem aqui, desiste. E, nós, amargamos o prejuízo e esquecimento do governo”.
Segurança
Ainda segundo Bolckau, neste período, o patrulhamento contará com sete viaturas, duas motos e dois quadriciclos que atuarão na areia, evitando o trânsito de veículos devido à ninhos de tartaruga do Projeto Tamar espalhados pela orla.
Feira da Roça
Durante todo o verão, turistas e moradores terão à disposição grande variedade de frutas, verduras e legumes produzidos sem agrotóxicos por mais de 80 pequenos produtores rurais. A Feira da Roça de verão estará presente em Farol de São Thomé todos os sábados, das 7h às 13h, na Avenida Atlântica. Os feirantes permanentes continuarão no mesmo espaço. Os frequentadores encontram produtos como banana, laranja, limão, maracujá, mamão, alface, couve, aipim, batata doce, abóbora, cenoura, tomate e abobrinha, além de queijos, doces de compotas, biscoitos caseiros, dentre outros.