O atual presidente do Sindicato das Indústrias do setor Suco energético, Frederico Paes, embora muito jovem tem sido uma figura emblemática em defesa deste importante segmento da nossa economia, que era até pouco tempo o setor que mais gerava emprego na região no período da safra. Paes foi um dos fundadores da Coagro, uma cooperativa modelo que hoje opera em Sapucaia, que já foi a maior usina do Estado do Rio de Janeiro e uma das maiores do país, chegando a moer, nos anos 80, 24h/dia, e exportando açúcar para o mundo.
O líder do setor, apesar de humildemente admitir o momento adverso, mostra otimismo em um futuro breve, pois aos poucos, com recursos próprios, lavouras estão sendo irrigadas e novas variedades de cana, geneticamente produzidas para suportar esse micro clima, estão sendo plantadas. Temos que destacar que este segmento passou por uma mutação visceral para atender normas do meio ambiente como o fim da queimada. As usinas tiveram que investir na colheita mecânica, se descapitalizando.
O fato de Campos já ter sido o maior produtor de açúcar do país e de ter tido mais de 20 usinas em operação, mostra que esse setor tem sobrevida. O que duas usinas de Campos- Coagro e Paraíso – precisam é de incentivos governamental com financiamentos com juros diferenciados para projetos de irrigação.
Se isso não for feito, a sequência de quebra de safra tende a continuar e Campos perderá mais um nicho importante de sua economia. A Coagro é um exemplo de resistência, assim como Paraíso. Que safras melhores estejam vindo, senão a frase “acabou-se o que era doce”, pode virar uma realidade. Ainda há tempo e existem pessoas que podem salvar a lavoura.