A primeira temporada da BRB Stock Car Pro Series na era dos carros SUV terminou em grande estilo, com a corrida principal válida pela 12ª e última etapa de 2025, no Autódromo Internacional José Carlos Pace, em Interlagos, repleta de emoção e disputas do mais alto nível. Arthur Leist (Crown Racing) deu adeus ao seu melhor ano na categoria com exibição de gala ao travar duelos com Guilherme Salas e Thiago Camilo e fechou o campeonato com chave de ouro, no topo do pódio pela segunda vez no calendário, e logo no “templo do automobilismo brasileiro”. O piloto do Toyota Corolla Cross #81 foi além, terminou o fim de semana com o troféu Vivo Man of the Race de maior pontuador da etapa (114 tentos) e finalizou a temporada em terceiro lugar, somente atrás de Felipe Fraga e Gaetano Di Mauro (ambos da Eurofarma RC), campeão e vice de 2025, respectivamente.
Tricampeão da BRB Stock Car, Gabriel Casagrande concluiu o campeonato com forte ritmo a bordo do Chevrolet Tracker #83 da A.Mattheis Vogel e conquistou a segunda colocação em Interlagos depois de vencer várias disputas na pista, uma delas com Guilherme Salas (Crown Racing), que largou na pole position, não conseguiu repetir o feito de 2024 — quando venceu no fechamento da temporada passada, em São Paulo —, mas viu a bandeira quadriculada no top-3 da corrida principal.
A quarta posição ficou com Thiago Camilo (Ipiranga Racing), que chegou a liderar a corrida por algumas voltas, esteve envolvido em várias disputas de pista e se segurou da pressão imposta por outro dos nomes da prova: Rubens Barrichello, que se despediu da Full Time Sports após um ciclo de 13 temporadas com uma “remontada” ao chegar em quinto lugar depois de partir da 25ª colocação com seu Toyota Corolla Cross # 111.
Em alta nesta fase final do campeonato, Lucas Foresti (A.Mattheis Vogel) cruzou a linha de chegada em sexto lugar, logo à frente do novo bicampeão da BRB Stock Car. Em sua primeira corrida depois de ter conquistado o título, Felipe Fraga posicionou seu Mitsubishi Eclipse Cross #88 em sétimo, logo à frente do companheiro de equipe e novo vice-campeão, Gaetano Di Mauro. Ricardo Zonta (RCM Motorsport) garantiu a nona colocação da corrida principal que fechou a temporada e Rafael Suzuki (TMG Racing) marcou o décimo lugar, na prova e no campeonato.
Uma corrida de alto nível — Com céu nublado, mas sem chuva, a última prova da temporada teve como marca a alta intensidade das disputas em todos os pelotões do grid. Mesmo na frente, o pole Gui Salas ficou longe de ter uma vida confortável. O piloto da Valda Cavaleiro Sports foi acompanhado muito de perto por Arthur Leist, enquanto Thiago Camilo aparecia em terceiro, seguido por Gabriel Casagrande e Julio Campos.
Esta era a imagem da corrida até a abertura da janela de pit-stops, momento em que Zezinho Muggiati se destacava com arrojada ultrapassagem em cima do pentacampeão Cacá Bueno na entrada do S do Senna. Líder, Salas puxou a fila dos pilotos que fizeram a parada obrigatória, e momentaneamente Leist assumiu o primeiro lugar. O gaúcho tratou de aproveitar a pista limpa para ganhar tempo antes de ir para os boxes.
Leist voltou praticamente colado em Salas e acirrou a disputa por posição, mas quem se deu melhor ainda durante a janela foi Thiago Camilo, que superou os dois depois da troca de pneus. Pouco depois, a direção de prova acionou o safety-car para a remoção de detritos da pista e também do carro de Cesar Ramos, parado na área gramada antes da entrada da Junção.
Camilo conseguiu abrir leve vantagem na relargada, enquanto Leist, Salas e Julio Campos lutavam pela segunda posição quando um enrosco entre os pilotos da Valda Cavaleiro e Crown Racing fez o paranaense rodar e cair para o fim da fila. Na esteira do incidente, Gabriel Casagrande assumiu o terceiro lugar, à frente de Salas, Lucas Foresti e do agora bicampeão, Felipe Fraga.
Com forte ritmo de prova, Leist não deixou Camilo descansar e acirrou a luta pela vitória, trazendo a reboque Casagrande e Salas para uma batalha imprevisível no apagar das luzes da temporada. Voltas depois, Leist emparelhou com Camilo no fim da reta e fez a ultrapassagem para tomar a ponta da corrida. Casagrande também travou grande duelo com o piloto da Ipiranga Racing e assumiu a segunda posição na sequência.
Mais atrás, Gaetano Di Mauro fez bela ultrapassagem em cima de Rubens Barrichello, mas o bicampeão deu o troco e manteve o sétimo lugar depois de ter largado em 25º. Em grande estilo, a prova derradeira do ano manteve o alto nível com outras tantas batalhas. Thiago Camilo tentou até o fim, mas não conseguiu superar Salas, que voltou ao top-3. O Toyota Corolla Cross #21 ficou sob a alça de mira de Foresti, Fraga e Barrichello nos minutos finais de corrida.
Na esteira dessa grande disputa, Barrichello aproveitou o enrosco entre Foresti e Fraga e conquistou duas posições de uma só vez para entrar no top-5, escalando assim 20 posições. Aguerrido, Rubinho coroou sua despedida da Full Time Sports com grande atuação e pressionou até o fim, mas Camilo conseguiu manter o quarto lugar.
Ao término de 30 voltas, Arthur Leist concluiu sua melhor temporada na BRB Stock Car, venceu no “templo do automobilismo brasileiro”, com direito a melhor volta, e fechou o ano com um total de seis pódios, além de uma pole, no Velocitta. Casagrande cruzou a linha de chegada em segundo e Guilherme Salas fechou o top-3.
O último pódio do ano — Vencedor da última corrida do ano, maior pontuador da Super Final e top-3 geral do campeonato, Arthur Leist fechou a chave de 2025 com muitos motivos para comemorar. “Era o que a gente estava procurando, terminar o ano da melhor maneira. Segunda vitória do ano, seis pódios, duas vezes o Man of the Race. Isso mostra o quão competitivo estivemos e o quanto o carro foi bom ao longo do ano. Um ótimo campeonato, então quero agradecer à toda nossa equipe”, destacou.
“Logo na minha segunda temporada completa, ser terceiro no campeonato é praticamente um sonho. Muito feliz. Foi um ano que mostrou para mim mesmo meu potencial. Sempre acreditei que poderia fazer um bom trabalho e, com a equipe entregando um ótimo trabalho, e a equipe, ao entregar um grande carro, me permitiu demonstrar isso. Espero que possa ir além e brigar pelo título, mas muito feliz pelo nosso ano”, completou o gaúcho de Novo Hamburgo.
Depois de sacramentar a conquista do título no último sábado, Felipe Fraga levantou, neste domingo, o cobiçado Troféu dos Campeões, feito com aço ArcelorMittal. O agora bicampeão da BRB Stock Car aproveitou para desabafar. “Muito obrigado a todos que torceram e também aos que não torceram. Essa corrida foi para lavar a alma. Fiz a corrida como se precisasse do resultado para ser campeão. Não ganhamos o campeonato ontem, mas ao longo de 12 etapas. É o resultado de muito trabalho. Hoje, sim, vou comemorar pra caramba. Eles merecem e eu mereço. Quero agradecer a todos, a toda a Eurofarma, pela oportunidade por trabalhar numa equipe tão boa”, disse o homem do ano na categoria.
Gaetano Di Mauro também rendeu muitos créditos à equipe liderada por Rosinei Campos, o ‘Meinha’, verdadeira lenda da Stock Car. “Estou muito feliz com tudo o que fizemos esse ano. Quero agradecer muito à Eurofarma RC por acreditar em mim. Depois de muitos anos difíceis, tive essa glória de ter a Eurofarma perto de mim e me apoiar. Eles me deram a chance, e acho que consegui retribuir… Campeã por equipes, Fraga campeão; eu, vice. Acabou 2025, e vou com tudo de novo no ano que vem”.
Como terminou o campeonato — Felipe Fraga finalizou a temporada que o consagrou como campeão com um total de 962 pontos válidos, já aplicados os descartes das cinco piores pontuações. Entretanto, se fossem contabilizados todos os tentos marcados, então o piloto do Mitsubishi Eclipse Cross #88 teria registrado 1022.
Vice-campeão, Gaetano Di Mauro terminou com 815 pontos, e Arthur Leist finalizou a temporada em terceiro lugar, com 763. A quarta colocação ficou com Guilherme Salas, com 753 tentos, e Gabriel Casagrande foi o quinto, com 730. Nelson Piquet Jr. deu adeus a 2025 como sexto colocado e somou um total de 713 pontos válidos, seguido por Thiago Camilo, com 668. Enzo Elias fechou o campeonato em oitavo, com 643, seguido por Julio Campos, com 597, e Rafael Suzuki, top-10 com 592 tentos.
BRB Stock Car Pro Series, temporada 2025
Etapa 12, Super Final, Autódromo de Interlagos
Corrida principal, resultado final
1º – Arthur Leist (Crown Racing/Toyota Corolla Cross), 30 voltas em 51min43s171
2º – Gabriel Casagrande (A.Mattheis Vogel/Chevrolet Tracker), a 3s370
3º – Guilherme Salas (Cavaleiro Valda/Chevrolet Tracker), a 8s491
4º – Thiago Camilo (Ipiranga Racing/Toyota Corolla Cross), a 14s308
5º – Rubens Barrichello (Full Time Cavaleiro/Toyota Corolla Cross), a 14s493
6º – Lucas Foresti (A.Mattheis Vogel/Chevrolet Tracker), a 15s283
7º – Felipe Fraga (Eurofarma RC/Mitsubishi Eclipse Cross), a 16s303
8º – Gaetano Di Mauro (Eurofarma RC/Mitsubishi Eclipse Cross), a 17s271
9º – Ricardo Zonta (RCM Motorsport/Mitsubishi Eclipse Cross), a 18s600
10º – Rafael Suzuki (TMG Racing/Chevrolet Tracker), a 19s560
11º – Átila Abreu (Scuderia Bandeiras/Chevrolet Tracker), a 20s970
12º – Allam Khodair (Blau Motorsport/Mitsubishi Eclipse Cross), a 21s055
13º – Felipe Massa (TMG Racing/Chevrolet Tracker), a 23s677
14º – Enzo Elias (Scuderia Bandeiras/Chevrolet Tracker), a 24s675
15º – Cacá Bueno (Scuderia Chiarelli/Chevrolet Tracker), a 26s951
16º – Zezinho Muggiati (CAR Racing Sterling/Toyota Corolla Cross), a 27s546
17º – Ricardo Maurício (Cavaleiro Valda/Chevrolet Tracker), a 40s430
18º – Antonella Bassani (Full Time Gazoo Racing/Toyota Corolla Cross), a 43s140
19º – Marcos Regadas (RCM Motorsport/Mitsubishi Eclipse Cross), a 46s649
20º – Arthur Gama (Full Time Gazoo Racing/Toyota Corolla Cross), a 57s003
21º – Rafael Reis (CAR Racing Sterling/Toyota Corolla Cross), a 1min03s668
22º – Nelson Piquet Jr. (Scuderia Bandeiras Sports/Mitsubishi Eclipse Cross), a 1min06s569
23º – Felipe Baptista (CAR Racing KTF/Mitsubishi Eclipse Cross), a 1min14s522
24º – Vicente Orige (Scuderia Bandeiras Sports/Mitsubishi Eclipse Cross), a 1min48s814
25º – Gianluca Petecof (CAR Racing KTF/Mitsubishi Eclipse Cross), a 1 volta
26º – Julio Campos (Crown Racing/Toyota Corolla Cross), a 6 voltas
Não completaram
Denis Navarro (Full Time Cavaleiro/Toyota Corolla Cross), a 17 voltas
Lucas Kohl (Scuderia Chiarelli/Chevrolet Tracker), a 18 voltas
Daniel Serra (Blau Motorsport/Mitsubishi Eclipse Cross), a 22 voltas
Cesar Ramos (Ipiranga Racing/Toyota Corolla Cross), a 23 voltas
Helio Castroneves (A.Mattheis Motorsport/Chevrolet Tracker), não largou
Classificação final do campeonato de pilotos
1º Felipe Fraga, 962 (campeão)
2º Gaetano Di Mauro, 815
3º Arthur Leist, 763
4º Guilherme Salas, 753
5º Gabriel Casagrande, 730
6º Nelson Piquet Jr., 713
7º Thiago Camilo, 668
8º Enzo Elias, 643
9º Julio Campos, 597
10º Rafael Suzuki, 592
11º Lucas Foresti, 566
12º Felipe Baptista, 520
13º Rubens Barrichello, 507
14º Ricardo Maurício, 501
15º Cesar Ramos, 498
16º Átila Abreu, 493
17º Felipe Massa, 492
18º Allam Khodair, 490
19º Gianluca Petecof, 483
20º Daniel Serra, 457
21º João Paulo de Oliveira, 443
22º Cacá Bueno, 438
23º Ricardo Zonta, 428
24º Arthur Gama, 426
25º Denis Navarro, 388
26º Zezinho Muggiati, 334
27º Bruno Baptista, 325
28º Rafael Reis, 257
29º Lucas Kohl, 246
30º Helio Castroneves, 216
31º Vicente Orige, 210
32º Antonella Bassani, 51
33º Marcos Regadas, 15
*pontuação extraoficial
Classificação final do campeonato de equipes
1º Eurofarma RC, 1630 (campeã)
2º Crown Racing, 1329
3º A.Mattheis Vogel, 1215
4º Valda Cavaleiro Sports, 1198
5º Ipiranga Racing, 1103
6º Scuderia Bandeiras, 1045
7º TMG Racing, 1021
8º CAR Racing KTF, 980
9º Blau Motorsport, 933
10º Scuderia Bandeiras Sports, 899
11º Full Time Cavaleiro, 849
12º Full Time Gazoo Racing, 848
13º RCM Motorsport, 730
14º Scuderia Chiarelli, 670
15º CAR Racing Sterling, 567
16º A.Mattheis Motorsport, 215
17º RTR Sport Team, 1
Todos os campeões da BRB Stock Car
1979 – Paulo Gomes
1980 – Ingo Hoffmann
1981 – Affonso Giaffone Júnior
1982 – Alencar Junior
1983 – Paulo Gomes
1984 – Paulo Gomes
1985 – Ingo Hoffmann
1986 – Marcos Gracia
1987 – Zeca Giaffone
1988 – Fábio Sotto Mayor
1989 – Ingo Hoffmann
1990 – Ingo Hoffmann
1991 – Ingo Hoffmann/Ângelo Giombelli
1992 – Ingo Hoffmann/Ângelo Giombelli
1993 – Ingo Hoffmann/Ângelo Giombelli
1994 – Ingo Hoffmann
1995 – Paulo Gomes
1996 – Ingo Hoffmann
1997 – Ingo Hoffmann
1998 – Ingo Hoffmann
1999 – Chico Serra
2000 – Chico Serra
2001 – Chico Serra
2002 – Ingo Hoffmann
2003 – David Muffato
2004 – Giuliano Losacco
2005 – Giuliano Losacco
2006 – Cacá Bueno
2007 – Cacá Bueno
2008 – Ricardo Maurício
2009 – Cacá Bueno
2010 – Max Wilson
2011 – Cacá Bueno
2012 – Cacá Bueno
2013 – Ricardo Maurício
2014 – Rubens Barrichello
2015 – Marcos Gomes
2016 – Felipe Fraga
2017 – Daniel Serra
2018 – Daniel Serra
2019 – Daniel Serra
2020 – Ricardo Maurício
2021 – Gabriel Casagrande
2022 – Rubens Barrichello
2023 – Gabriel Casagrande
2024 – Gabriel Casagrande
2025 – Felipe Fraga
