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Ex-vereadora Marcelle Pata tem prisão revogada após 43 dias

Ela foi presa em flagrante no dia 28 de outubro, na agência dos Correios, sob suspeita de injúria racial

Geral
Por Yan Tavares
10 de dezembro de 2025 - 19h39
Foto: Arquivo J3News

A ex-vereadora de Campos e defensora da causa animal, Marcelle Pata, teve a prisão revogada nesta quarta-feira (10), 43 dias após ser presa sob suspeita de injúria racial. Ela foi presa em flagrante no dia 28 de outubro, na agência dos Correios, que fica próximo à Praça São Salvador, no centro da cidade.

De acordo com a Operação Segurança Presente, Marcelle foi detida após envolver em uma discussão por conta de lugar na fila e em seguida, atingir várias pessoas no local com spray de pimenta. Segundo relatos de testemunhas aos agentes policiais, ela teria desferido ofensas a um homem e uma mulher, por conta da cor da pele.

Após deixar o presídio Nilza da Silva Santos, a ex-vereadora publicou um vídeo nas redes sociais, celebrando a soltura e se defendendo das acusações:

“Muita emoção. Gratidão à minha família e ao meu jurídico, que esteve sempre próximo. Em nenhum momento, falei algo de injúria racial contra qualquer pessoa na agência dos Correios. Afinal, tenho familiares negros, meu ex-marido, várias pessoas próximas… Então, em nenhum momento cometi injúria racial. A Justiça logo será mostrada, logo será mostrado tudo o que aconteceu”, comentou.

A reportagem conversou também com o advogado de Marcelle Pata, Murilo Nunes. Ao J3news, ele declarou que “Diante de tudo que foi apurado até o momento no processo, a defesa tem plena convicção na inocência da Marcelle, quanto ao crime de injúria racial”.

A ex-vereadora afirmou ainda que deseja voltar ao presídio para ajudar às detentas e brigar por melhoras condições no local:

“Conheci a realidade do presídio e quero voltar de alguma maneira para ajudar, pois a realidade das presidiárias é precária. Precisa de mais assistência social, entre outras coisas. Pessoas que não recebem visitas ficam sem nada, acabam sem comida. A alimentação é pracária. A Vigilância Sanitária precisa conferir as condições da comida fornecida, fiscalizar a empresa que fornece. A comida vem com plástico, barata…”, comentou,

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) declarou que a denúncia causa estranheza. Confira a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informa que todas as refeições são vistoriadas pelo ALIPEN – Sistema de Alimentação Penitenciária, ferramenta adotada pela SEAP para gerenciar e fiscalizar a entrega das refeições dentro das unidades prisionais. Causa estranheza a denúncia, pois a direção da unidade não recebeu comunicações formais sobre problemas na alimentação e não há registros na Ouvidoria da pasta. A empresa fornecedora é contratada por processo licitatório, com critérios técnicos e exigências sanitárias“, diz a nota.

Citada por Marcelle na denúncia, a Vigilância Sanitária também se posicionou, destacando que a empresa responsável pelo fornecimento das refeições mencionadas é regularmente fiscalizada pelo órgão municipal. Confira na íntegra:

“A Vigilância Sanitária informa que a empresa responsável pelo fornecimento das refeições mencionadas é regularmente fiscalizada pelo órgão municipal, seguindo o cronograma de inspeções rotineiras. Até o momento, não houve registro de denúncias formais relacionadas à empresa”, afirma a nota. E acrescentou:

“Quanto ao presídio Nilza da Silva Santos, esclarecemos que a Vigilância Sanitária do município não realiza inspeções diretas na unidade prisional, uma vez que esse tipo de controle não está sob a competência operacional do órgão. Além disso, destacamos que não foi recebida qualquer denúncia oficial referente às condições das refeições servidas no local”, complementou.

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